O Museu Regional de Arte de Feira de Santana (MRA FSA), fundado em 26 de março de 1967, integra o complexo cultural do Centro Universitário de Cultura e Arte da Universidade Estadual de Feira de Santana (CUCA – UEFS), situado na Rua Conselheiro Franco, nº 66, no bairro Centro da cidade. O complexo cultural do CUCA abriga, além do museu, outros importantes espaços dedicados às artes, como a Galeria de Arte Carlo Barbosa, o Teatro do Cuca, o Seminário de Música e as Oficinas de Criação Artística.
O MRA está instalado em um edifício histórico, que desempenhou papel central na educação e cultura da cidade. O prédio foi inaugurado em 1916 como sede do Grupo Escolar José Joaquim Seabra, uma das primeiras escolas de ensino básico da região. Ao longo dos anos, o edifício serviu também à Escola Normal e à Faculdade de Educação de Feira de Santana, instituição precursora da atual Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).
A Fundação do Museu e a Campanha Nacional dos Museus Regionais
A criação do MRA se deu em um contexto de modernização e expansão cultural do município. Em meados dos anos 1960, Feira de Santana experimentava um processo de industrialização que provocava mudanças sociais e econômicas. Intelectuais, artistas e políticos da cidade identificaram a necessidade de preservar aspectos culturais e históricos que poderiam ser perdidos nesse processo de modernização. Nesse cenário, a criação de um museu era vista como uma forma de fortalecer a vida cultural do município.
Assis Chateaubriand, um dos principais incentivadores das artes no Brasil e fundador do Museu de Arte de São Paulo (MASP), desempenhou papel central na fundação do MRA. Chateaubriand havia idealizado a Campanha Nacional dos Museus Regionais, que tinha como objetivo descentralizar os museus das grandes metrópoles e levar acervos artísticos a diferentes regiões do país. Com o apoio do professor Dival da Silva Pitombo, o projeto do museu em Feira de Santana ganhou força, culminando na inauguração da instituição em 1967.
Acervo Inicial e a Relevância Artística
O acervo inicial do Museu Regional de Arte refletia a diversidade cultural de Feira de Santana e da região. A coleção foi formada por artefatos da “cultura do couro”, representando o cotidiano do homem sertanejo, e por obras de artistas modernistas. A intenção era, desde o princípio, que o museu fosse um espaço de convergência entre a tradição regional e as tendências artísticas modernas.
Entre as obras do acervo, destacam-se pinturas e esculturas de artistas brasileiros e internacionais. Di Cavalcanti e Vicente do Rego Monteiro, participantes da Semana de Arte Moderna de 1922, são dois dos artistas cujas obras estão expostas no museu. Além disso, a instituição abriga a chamada Coleção Inglesa, composta por obras de renomados artistas modernistas britânicos como Antony Donaldson, Alan Davie e Graham Sutherland. Essas obras foram adquiridas por Chateaubriand durante sua atuação como embaixador do Brasil no Reino Unido, entre 1957 e 1960.
A Transformação do Museu e a Criação de Novos Espaços
O Museu Regional de Arte passou por diversas mudanças ao longo dos anos. Em 1985, diante de dificuldades financeiras e estruturais, o museu foi transferido para a administração da Universidade Estadual de Feira de Santana. Essa mudança possibilitou uma melhor gestão do acervo e a integração da instituição com as atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas pela universidade.
Com a criação do Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA), a UEFS promoveu a transferência do museu para o atual prédio na Rua Conselheiro Franco. O espaço passou por uma reforma significativa para abrigar adequadamente as obras de arte. Nesse processo, o acervo do museu foi desmembrado: a coleção dedicada à “cultura do couro” foi transferida para o Museu Casa do Sertão, também vinculado à UEFS, enquanto o Museu Regional de Arte passou a ser um espaço exclusivamente dedicado às artes visuais.
Restauração do Acervo e Reabertura ao Público
Em 2015, após enfrentar problemas estruturais que obrigaram seu fechamento temporário, o Museu Regional de Arte foi reinaugurado. A UEFS, com o apoio do restaurador José Dirson Argolo, promoveu a restauração do prédio e do acervo. As obras passaram por um meticuloso processo de limpeza e conservação, garantindo a preservação de peças de grande valor histórico e artístico.
Com a reabertura, o MRA retomou suas atividades, oferecendo exposições regulares e mantendo o acervo disponível para visitação pública de segunda a sexta-feira. O museu também se consolidou como um espaço de pesquisa e desenvolvimento de projetos culturais, alinhados aos princípios de preservação da memória e valorização da diversidade cultural.
Importância do Museu no Cenário Cultural Nacional
O Museu Regional de Arte de Feira de Santana se destaca como um dos principais centros de arte modernista do Brasil, não apenas pela importância de seu acervo, mas também pelo papel que desempenha na educação e promoção das artes visuais. Sua coleção inclui importantes nomes da arte brasileira, como Manabu Mabe, Carybé, Mario Cravo e Raimundo de Oliveira, além de artistas internacionais naturalizados brasileiros, como Hansen Bahia e Reinaldo Eckenberger.
O MRA também contribui para a formação de novos talentos e para a difusão da cultura artística no interior do Brasil. Ao longo dos anos, a instituição promoveu exposições de artistas locais e nacionais, consolidando-se como um espaço de diálogo entre diferentes vertentes artísticas e gerando impacto na formação cultural da população.
Principias dados sobre o MRA de Feira de Santana
1. Informações Gerais
- Nome: Museu Regional de Arte (MRA)
- Localização: Rua Conselheiro Franco, nº 66, Bairro Centro, Feira de Santana, Bahia
- Instituição Vinculada: Centro Universitário de Cultura e Arte da Universidade Estadual de Feira de Santana (CUCA – UEFS)
2. Histórico do Edifício
- Data de Inauguração: 12 de março de 1916
- Primeiro Uso: Grupo Escolar José Joaquim Seabra
- Uso Posterior: Escola Normal, Faculdade de Educação de Feira de Santana (precursora da UEFS)
- Atual Uso: Museu Regional de Arte (MRA)
3. Fundação do Museu
- Data de Fundação: 26 de março de 1967
- Fundador: Assis Chateaubriand
- Outros Colaboradores: Dival da Silva Pitombo, Odorico Tavares
- Criação da Fundação: Fundação Museu Regional de Feira de Santana (FMRFS) em 20 de fevereiro de 1967
4. Acervo do Museu
- Obras Modernistas: Inclui trabalhos de Di Cavalcanti e Vicente do Rego Monteiro
- Coleção Inglesa: Compreende obras de artistas modernistas britânicos, como Antony Donaldson e Alan Davie
- Coleção de Arte Naïf
- Coleção Nipo-Brasileira
- Artistas Baianos e Feirenses: Mario Cravo, Jenner Augusto, Raimundo de Oliveira, Juraci Dórea, entre outros
5. Mudanças e Transformações
- Transferência para a UEFS: 1985
- Localização Atual: Prédio da Rua Conselheiro Franco, após a criação do Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA)
- Reabertura: 9 de maio de 2015, após restauração
6. Importância e Papel Cultural
- Papel na Preservação da Arte: Importante centro para a arte modernista e coleções regionais
- Impacto Educacional: Atividades de pesquisa e extensão promovidas pela UEFS
- Acesso ao Público: Aberto à visitação pública de segunda a sexta-feira
*Com informações da UEFS.


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