Deputados federais entram com ação para impedir candidatura de Rodrigo Maia

Deputado Rodrigo Maia criticou STF e Procuradores do Caso Lava Jato.
Deputado Rodrigo Maia criticou STF e Procuradores do Caso Lava Jato.
Rodrigo Felinto Ibarra Epitácio Maia
Deputado Rodrigo Maia.

Os quatro candidatos já lançados à Presidência da Câmara, Júlio Delgado (PSB-MG), Rogério Rosso (PSD-DF), Jovair Arantes (PTB-GO) e André Figueiredo (PDT-CE), assinaram nesta segunda-feira (30/01/2017) um mandado de segurança pedindo ao Supremo Tribunal Federal (STF) o impedimento da candidatura do atual presidente, Rodrigo Maia, à reeleição.

Em liminar, os deputados pedem também que, caso a decisão do Supremo não seja possível até quinta-feira (2), data da eleição, que esta seja suspensa até a decisão final.

Embora não tenha ainda se declarado candidato, Maia recebeu apoio de vários partidos e defendeu que a proibição de reeleição se aplica a presidentes que cumpriram seus mandatos completos, de dois anos. Como ele foi eleito para um mandato de seis meses, em substituição ao ex-deputado Eduardo Cunha, em sua visão a regra permite sua candidatura.

Julio Delgado, que idealizou o texto, alega que a Constituição proíbe a reeleição para cargos da Mesa Diretora na mesma legislatura. “Tenho convicção de que o atual presidente não pode ser candidato, e isso abre espaço para um novo debate nas eleições deste ano”, disse.

Para o deputado André Figueiredo, que já havia levado um questionamento semelhante ao Supremo, a proibição de reeleição é importante para dar condições iguais a todos os candidatos. “É causa de uma insegurança jurídica, caso ele seja eleito sem uma decisão do STF”, disse.

Jovair Arantes juntou-se aos demais na reclamação. “Estamos preocupados com a instituição e queremos dar segurança jurídica ao País”, disse.

Campanha retomada

Rosso, que havia suspendido sua campanha enquanto não houvesse decisão do Supremo, disse que voltará a pedir votos. “Nesta semana, não está em pauta no Supremo nenhum dos pedidos que há lá sobre o assunto, por isso mais um mandado de segurança”, disse.

Questão interna

O líder do DEM, deputado Pauderney Avelino (AM), defendeu a candidatura de Rodrigo Maia. Ele disse que é normal que se polarize a disputa política e ela seja levada ao Judiciário. Tanto a Constituição quanto o Regimento da Câmara são omissos, na opinião dele, sobre a reeleição de um ocupante de mandado tampão, e por isso os deputados devem decidir qual a interpretação.

“O Supremo não deverá acatar demandas para se intrometer numa questão que é interna da Câmara dos Deputados”, afirmou Avelino.

Os candidatos também reclamam, no mandado de segurança, de Maia ter assinado ato regulamentando a eleição, o que seria impróprio caso ele seja candidato.

Mas o 1º secretário da Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP), disse que Maia agiu como presidente, e o rito é apenas uma formalidade. “Ele é o presidente atual, ele não deve é dirigir os trabalhos no momento do pleito, quem dirigirá será o 1º vice-presidente, e acho que o Supremo vai entender isso como questão interna da Câmara”, afirmou.

Posicionamento da Presidência

A Presidência da Câmara preferiu não se manifestar sobre o novo mandado de segurança, mas lembrou que a argumentação dos deputados é semelhante à que já foi derrubada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

O tribunal reconheceu o argumento da Advocacia-Geral da União de que a Constituição Federal não é explícita sobre a possibilidade ou não da reeleição de quem tenha sido eleito para completar o mandato de presidente que renunciou.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.