
Antonio Carlos Magalhães Neto (ACM Neto, DEM) manteve contato diretamente com a Organização Odebrecht, em 2012, com a finalidade de obter recursos ilícitos, oriundos de caixa 2, para financiamento da campanha eleitoral para prefeito de Salvador. A revelação foi prestada, em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), por André Vital Pessoa de Melo, funcionário da companhia e delator do esquema de corrupção, denominado Caso Lava Jato.
André Vital relatou que no primeiro trimestre de 2012 se reuniu com ACM Neto, por solicitação do político. O funcionário da companhia afirmou que, durante a reunião, o então deputado federal declarou que seria candidato a prefeito de Salvador, e que contava com o apoio da Organização Odebrecht. Na oportunidade, apresentou Lucas Cardoso como responsável pelo recebimento dos recursos financeiros para a campanha eleitoral de 2012.
O delator informou que manteve uma segunda reunião com Lucas Cardoso na sede da Odebrecht, em Salvador. “Comuniquei a Lucas que o valor aprovado pela companhia para financiamento da campanha foi de R$ 2,2 milhões, e que parte destes valores seriam pagos via caixa 2. R$ 400 mil foram doados via bônus eleitoral pela Construtora Norberto Odebrecht (CNO) e o saldo, R$ 1,8 milhão, foram operacionalizados pela equipe de Humberto Silva, via caixa 2.”.
Na sequência, André Vital detalha os repasses ilegais destinados ao financiamento eleitoral da campanha de ACM Neto. “R$ 1,8 milhão foi entregue por mim, para Lucas Cardoso, através de repasses de R$ 600 mil, duas parcelas R$ 500 mil e uma parcela de R$ 200 mil. Esses valores foram pagos em espécie.”.
Por fim, André Vital revela que o ilegal repasse financeiro foi aprovado por Benedicto Barbosa da Silva Júnior, superior hierárquico na companhia.
Investigação criminal
A transcrição do depoimento é parte da investigação criminal proposta pelo Ministério Público Federal (MPF), através de representação realizada pelo procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) e fazem partes dos autos de nº 0002585-43.2017.1.00.0000.
Responsável por relatar os processos concernentes ao Caso Lava Jato, o ministro do STF Edson Fachin, através da Petição nº 6787, determinou o envio da investigação criminal para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, cuja competência abrange o Estado da Bahia.
Leia +
Confira vídeo
Share this:
- Click to print (Opens in new window) Print
- Click to email a link to a friend (Opens in new window) Email
- Click to share on X (Opens in new window) X
- Click to share on LinkedIn (Opens in new window) LinkedIn
- Click to share on Facebook (Opens in new window) Facebook
- Click to share on WhatsApp (Opens in new window) WhatsApp
- Click to share on Telegram (Opens in new window) Telegram
Relacionado
Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)
Subscribe to get the latest posts sent to your email.




