Sergio Moro cumpriu o script | Por Luís Felipe Miguel

Juiz Sérgio Moro e o senador Aécio Neves (PSDB) em momento de íntimo diálogo. O senador é investigado no Caso Lava Jato e foi citado por funcionários da Odebrecht como corrupto, receptador de propina. Juiz de primeira instância Sérgio Moro transforma direito em obrigação, evidenciando uma vez mais a parcialidade.
Juiz Sérgio Moro e o senador Aécio Neves (PSDB) em momento de íntimo diálogo. O senador é investigado no Caso Lava Jato e foi citado por funcionários da Odebrecht como corrupto, receptador de propina. Juiz de primeira instância Sérgio Moro transforma direito em obrigação, evidenciando uma vez mais a parcialidade.
Juiz Sérgio Moro e o senador Aécio Neves (PSDB) em momento de íntimo diálogo. O senador é investigado no Caso Lava Jato e foi citado por funcionários da Odebrecht como corrupto, receptador de propina. Juiz de primeira instância Sérgio Moro transforma direito em obrigação, evidenciando uma vez mais a parcialidade.
Juiz Sérgio Moro e o senador Aécio Neves (PSDB) em momento de íntimo diálogo. O senador é investigado no Caso Lava Jato e foi citado por funcionários da Odebrecht como corrupto, receptador de propina. 

Sergio Moro cumpriu o script. Um dos espetáculos jurídicos mais grotescos da história, tão aberrante que só encontra equivalentes nas piores ditaduras, avança no rumo esperado.

O protagonista desta história é um retrato quase perfeito do triste Brasil de hoje. É um pigmeu moral que detém um poder que está em completo desacordo com sua capacidade de exercê-lo. Covarde, afina diante de suas vítimas; mas, por escrito, sentindo-se garantido por seus protetores, fala grosso. Subserviente diante da elite à qual fantasia pertencer, é truculento com aqueles que julga que são seus inferiores sociais. Sobra-lhe em prepotência o que lhe falta em caráter e também em inteligência e competência profissional.

Que a nossa classe média tenha escolhido este sujeito como seu messias é uma demonstração de quão vivo permanecem seus traços distintivos, que sempre foram uma força negativa na história do Brasil: o ódio aos pobres, o medo de uma ascensão social, por pequena que seja, que reduza a distância que a separa deles, o apego feroz aos próprios privilégios, mesmo que à custa de negar direitos aos outros.

Há muito a criticar em Lula e no lulismo. Mas não há dúvida de que, quaisquer que sejam seus erros, ele está sendo perseguido por seus acertos. O juiz Moro não tem mais do que um triplex e um pedalinho para indicar nos autos. Mas o que ele está condenando é o compromisso com a erradicação da miséria e o exemplo de que um proletário pode governar.

*Luis Felipe Miguel (felipe@unb.br) é professor titular do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília. Trabalha nas áreas de mídia e política, teoria da democracia, representação política e gênero.


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