
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Roberto Barroso, determinou a prisão dos investigados no inquérito dos Portos por entender que existia risco concreto de destruição de provas. A reportagem teve acesso ao despacho do ministro, que está sob sigilo, por meio da defesa dos investigados.
Barroso mandou prender empresários, ex-ministro e ex-assessor da presidência da República.
O coronel João Batista Lima Filho, dono da empresa Argeplan e amigo do presidente Michel Temer, teve a prisão temporária decretada por não comparecer a intimações para prestar esclarecimentos.
O investigado alega restrições de saúde que o impediriam de comparecer às autoridades.
Já o ex-assessor da presidência, José Yunes, foi preso, segundo despacho do ministro, por ter usado subterfúgios para não responder claramente aos questionamentos quando foi intimado, no ano passado.
O ex-ministro da Agricultura, Wagner Rossi, teve a prisão decretada por supostamente receber um mensalinho de R$ 100 mil pagos por Joesley Batista, dono da JBS. Wagner Rossi foi presidente da Companhia de Docas do Estado de São Paulo, que administra o Porto dos Santos.
Ainda foram presos a empresária Celina Torrealba, uma das proprietárias do grupo Libra, e Antônio Grecco, dono da empresa Rodrimar, que seria, segundo a polícia, a principal articuladora do suposto esquema de corrupção.
Outros empresários não foram presos durante a deflagração da Operação Skala por não terem sido encontrados.
Ao todo, Barroso determinou a prisão de 11 pessoas envolvidas na investigação.
A reportagem buscou os citados para comentar o despacho do ministro, mas não conseguiu resposta até o fechamento desta matéria.
Em coletiva no Palácio do Planalto, o ministro Carlos Marun, disse que tudo pode ser uma conspiração para atingir o presidente da República.
O chamado Inquérito dos Portos apura suposto esquema que já existiria há 20 anos no setor portuário de concessão de benefícios públicos em troca de propina.
O decreto assinado pelo presidente Michel Temer, em maio do ano passado, aumentou o prazo para as concessões de áreas portuárias de 25 para 35 anos, podendo ser prorrogado até 70 anos.
A investigação apura se houve pagamento de propina por parte de empresas em troca do decreto.
Com colaboração de Kariane Costa, da Rádio Nacional em Brasília, Lucas Pordeus León.
* Resposta dos citados:
A defesa do advogado José Yunes, ex-assessor do presidente Michel Temer, recorreu ao Supremo Tribunal Federal para tentar revogar o decreto de prisão temporária. A defesa argumenta que a prisão foi ilegal e desnecessária.
Wagner Rossi, pai do deputado Baleia Rossi, líder do MDB na Câmara, que já foi presidente da Companhia Docas que administra o Porto dos Santos, disse em nota que se aposentou há sete anos. Desde então, nunca mais atuou profissionalmente na vida pública ou privada e que vai provar sua inocência.
Também em nota, a Rodrimar afirmou que nunca pagou propina a nenhum agente público e nunca autorizou que alguém o fizesse em seu nome.
O Grupo Libra informou que presta todos os esclarecimentos à Justiça.
*Com informações da Agência Brasil.
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