O Encontro Estadual de Redes de Cooperativas da Bahia começou, nesta quinta-feira (24/05/2018), na Pousada Central, no município de Feira de Santana, com o objetivo de discutir as iniciativas de comercialização dos produtos da agricultura familiar em lojas próprias, centrais de distribuição e redes de comercialização. O evento, promovido pela União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), que segue até esta sexta-feira (25), servirá também de intercâmbio entre as entidades envolvidas para avaliar as ações que estão dando certo e debater quais desafios para acessar novos mercados.
Convidado para falar sobre comercialização, Vital de Carvalho Filho, diretor da Moeda Semente, instituição de Brasília que trabalha com fundo rotativo, ressaltou a importância das cooperativas dominarem os espaços de comercialização: “Se a gente não dominar os espaços de comercialização, a gente sempre vai ficar refém dos donos dos mercadinhos, supermercados e atravessadores. Quem deseja uma vida melhor precisa tomar conta da feirinha, loja, espaço no shopping, qualquer lugar, temos que ocupar esses espaços com a agricultura familiar e a economia solidária”.
Para Wilson Dias, diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), o desafio é organizar as vendas dos produtos: “Há várias frentes que as cooperativas precisam abrir. Uma é venda de varejo, através das lojas, cada uma vendendo, e uma ajudando a outra, outra frente é venda no atacado, com as alianças produtivas, com os armazéns, e outra com o mercado institucional. Então, é assim que a gente promove a comercialização da agricultura familiar”.
Jeandro Ribeiro, chefe de gabinete da SDR, reforçou o compromisso de Governo do Estado com a produção rural e lembrou que hoje a Bahia é o estado que mais investe recursos no desenvolvimento da agricultura familiar: “Quando a gente fala de comercialização dos produtos da agricultura familiar, ela tem que ser uma agenda ampla e diversificada. Então, aqui hoje também estão sendo discutidas as diversas estratégias para colocar para fora os produtos que são produzidos. O desafio é fazer a interlocução com o consumidor e com quem produz e mostrar como está sendo produzido”.
De acordo com Iara Andrade, diretora-presidente da Unicafes, o encontro tem a finalidade de articular as redes territoriais, que têm um objetivo comum que é a comercialização: “Nossa ideia é que em cada espaço de comercialização territorial seja encontrado um mix da agricultura familiar que vá além daquela região. Estamos juntos construindo a estratégia de circulação da diversidade desses produtos e promovendo um diálogo entre as redes Gavião, Caatinga, Arco Sertão, Frutos da Caatinga, Mata Atlântica, Mulheres, Monte Sabor e outras”.
O encontro integra a programação da 11ª Feira do Semiárido, que acontece no campus da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), até esta sexta-feira (25), com o objetivo de discutir e refletir sobre políticas públicas e desenvolvimento territorial que estão em curso.
Durante o encontro, que reúne mais de 60 pessoas, cada representante de rede de comercialização compartilhou suas estratégias de funcionamento, localização, logística, estoque, marketing, prospecção de clientes, quadro de profissionais, diversidade de produtos, trabalho em rede, quais são os gargalos para aumentar o acesso aos novos mercados, entre outros assuntos.
Participam da atividade técnicos da SDR, CAR, representantes de cooperativas e empreendimentos da agricultura familiar que atuam nos territórios de identidade da Bahia.
