Docentes da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) estão cada vez mais próximos de deflagrarem greve. A assembleia realizada nesta quinta-feira (21/03/2019) aprovou sem votos contrários o estado de greve, momento político que antecede a suspensão de atividades da categoria. Segundo a representação sindical, a ação é um protesto contra o congelamento salarial, ao desrespeito aos direitos trabalhistas e à carreira. Professores da Uesc e Uneb também decidiram por entrar em estado de greve.
Durante o debate, professoras e professores mostraram absoluta insatisfação com a política do governo Rui Costa para funcionalismo público da Bahia. Há quatro anos a reposição da inflação não é paga. É o maior arrocho salarial da categoria nos últimos 20 anos, com quase 30% de perda salarial. Antecipando a Reforma da Previdência de Bolsonaro, Rui Costa elevou a contribuição previdenciária de 12% para 14%, o que na prática significa redução salarial. Além disso, centenas de professores das quatro universidades estaduais estão com promoções, progressões e mudanças de regime de trabalho negadas.
“A aprovação do estado de greve, por ampla maioria, reflete a indignação da categoria docente diante da intransigência do governo Rui Costa em negociar uma pauta protocolada há três anos. Além disso, o governo promove ataques ao nosso estatuto do magistério. O recado da assembleia foi claro e direto. A categoria quer negociação em defesa da pauta e não abrirá mão de suas conquistas trabalhistas, mesmo ante a intransigência e o projeto de destruição da universidade pública”, ressaltou Alexandre Carvalho, vice-presidente da Adusb.
Sem negociação
Foram três anos de tentativas de dialogar com o governo, que se recusou a abrir negociação com o movimento. Foram feitas paralisações, atos públicos, visitas aos gabinetes dos deputados na Assembleia Legislativa, intervenções em cerimônias oficiais, dentre outras ações. Até mesmo o Arcebispo Primaz do Brasil foi procurado no ano passado pelo Fórum das ADs (espaço político que reúne as associações docentes das Universidades Estaduais da Bahia) para mediar a negociação, mas o governo não avançou com o diálogo.
A categoria avaliou que a aprovação do estado de greve para posterior construção de um movimento paredista é a única possibilidade de enfrentamento que restou diante da postura de total descaso do governo Rui Costa.
Até o final do mês professores e professoras dialogarão com blogs, rádios e emissoras de televisão para denunciar os ataques que têm enfrentado. Atividades também acontecerão na Uesb com objetivo de explicar os motivos da aprovação do estado de greve. Caso o governo não abra negociação, o indicativo do Fórum das ADs é de construção da greve ainda em abril.
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