Governo Maduro se diz disposto a negociar com oposição; Fechamento da fronteira do Brasil entra no décimo dia; Rússia propõe aos Estados Unidos dialogar sobre a crise da Venezuela

Presidente Nicolás Maduro sinaliza abertura para diálogo e conciliação.
Presidente Nicolás Maduro sinaliza abertura para diálogo e conciliação.
Presidente Nicolás Maduro sinaliza abertura para diálogo e conciliação.
Presidente Nicolás Maduro sinaliza abertura para diálogo e conciliação.

O governo de Nicolás Maduro, na Venezuela, anunciou que está disposto a abrir o diálogo com a oposição. O porta-voz da decisão foi o vice-presidente de Comunicação, Cultura e Turismo, Jorge Rodríguez. Porém, ele impôs cinco exigências, como o fim das sanções impostas à Venezuela e a não ingerência a temas internos.

A lista de exigências inclui ainda o respeito à soberania e a paz, a suspensão das sanções e a implementação de um mecanismo para resolver as diferenças políticas entre o governo e a oposição, assim como a não-interferência em temas internos.

Em relação à possibilidade de novas eleições na Venezuela, como propôs o Grupo de Contacto convocada pela União Europeia, Rodríguez ressaltou que o pleito de 20 de maio de 2018 na qual Maduro foi reeleito, com 67,84% do votos para 2019-2025, cumpriu as normas internacionais.

A eleição de Maduro é questionada pelo Brasil e por mais de 50 países que levantam dúvidas sobre a existência de fraudes.

“Desde que as eleições presidenciais foram realizadas, não só padrões internacionais, mas com o sistema eleitoral venezuelano, que é o mais blindado em todo o mundo, mais confiável do que o sistema eleitoral dos Estados Unidos, Espanha, e, certamente, o da Colômbia”, afirmou Rodríguez.

Nas eleições que deram vitória a Maduro, a oposição boicotou. Para Rodríguez, foi um ato de agressão. “O boicote da eleição venezuelana [da oposição] foi para ter o argumento de agressão que estão atualmente tentando perpetrar contra a Venezuela, o boicote começou antes mesmo de negociações”, acrescentou.

Rodríguez disse que o comportamento de Juan Guaidó, autodeclarado presidente interino da Venezuela, é “uma agressão, uma intenção inconstitucional, agressivo da mudança de regime para substituir” o governo Maduro.

O nome de Maduro conta com apoio do presidente Jair Bolsonaro e de líderes políticos de mais de 50 nações, como o norte-americano, Donald Trump.

Fechamento da fronteira do Brasil com a Venezuela entra no décimo dia; Maduro afirmou que acredita na compreensão dos países

O fechamento da fronteira entre Brasil e Venezuela entrou hoje (03/03/2019) no décimo dia ainda sem solução à vista. O presidente venezuelano Nicolás Maduro anunciou no dia 21 de fevereiro o fechamento da fronteira com o Brasil.

Na quarta-feira (27), o governador de Roraima, Antonio Denarium, reuniu-se com o governador do estado de Bolívar, Justo Nogueira Pietri, para discutir a reabertura da fronteira terrestre. No encontro, eles conversaram sobre tratativas comerciais que possibilitem abastecer as cidades fronteiriças de Pacaraima e Santa Elena de Uairén. Ambos demonstraram preocupação com o desabastecimento de produtos básicos para as duas regiões.
Segundo o secretário adjunto de Comunicação do governo de Roraima, Ricardo Amaral, os representantes venezuelanos ficaram de levar o pleito de restabelecimento das relações comerciais na fronteira terrestre para o governo central da Venezuela, mas ainda não houve resposta.

De acordo com Amaral, não há registros recentes de casos de conflitos entre manifestantes e forças de segurança observados nos primeiros dias de fechamento da fronteira. “O maior impacto é para os comerciantes da fronteira porque, com a crise econômica e a escassez de produtos, os venezuelanos vinham comprar insumos do lado brasileiro”, disse.

Ontem (1º), Maduro afirmou, no Twitter, que sua determinação é promover, de forma pacífica, a cooperação e compreensão dos países com respeito e fraternidade. Ele não mencionou as reuniões do autodeclarado presidente venezuelano, Juan Guaidó, com os presidentes Jair Bolsonaro e Mario Abdo Benítez, do Paraguai, ocorridas em momentos distintos.

Rússia propõe aos Estados Unidos dialogar sobre a crise venezuelana; Chanceleres dos dois países iniciaram a conversa

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia informou que o governo de Vladimir Putin está disposto a dialogar com o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, sobre a crise na Venezuela. Os chanceleres dos dois países conversaram sobre o tema recentemente.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, discutiu, por telefone,  a situação da Venezuela com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo.

“É necessário seguir estritamente os princípios da Carta da Organização das Nações Unidas, uma vez que somente os venezuelanos têm o direito de determinar seu futuro”, informou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

Lavrov condenou as sanções impostas pela Venezuela. Segundo o governo russo, é uma “interferência flagrante” nos assuntos internos da Venezuela e uma “violação flagrante” do direito internacional.

Os governo da Rússia, de Cuba e da China indicaram estar ao lado do presidente venezuelano, Hugo Chávez. Aproximadamente 50 nações, inclusive o Brasil, apoiam a interinidade de Juan Guaidó, autodeclarado presidente da Venezuela.

*Com informações da Xinhua, agência oficial de notícias da China e AVN, agência pública de notícias da Venezuela.

Manifestantes protestam em Caracas, na Venezuela, contra o bloqueio imposto por Nicolás Maduro à ajuda humanitária de comida e remédios enviada ao país.
Manifestantes protestam em Caracas, na Venezuela, contra o bloqueio imposto por Nicolás Maduro à ajuda humanitária de comida e remédios enviada ao país.
A votação foi de 9 votos a favor, 3 contra (Federação Russa; China; África do Sul) e 3 abstenções (Guiné Equatorial, Indonésia, Costa do Marfim). O projeto de resolução não foi adotado devido à votação contra ele pela Federação Russa, membro permanente do Conselho, em 28 de fevereiro de 2019.
A votação foi de 9 votos a favor, 3 contra (Federação Russa; China; África do Sul) e 3 abstenções (Guiné Equatorial, Indonésia, Costa do Marfim). O projeto de resolução não foi adotado devido à votação contra ele pela Federação Russa, membro permanente do Conselho.

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