O documentário ‘A Inventora: à procura de sangue no Vale do Silício’ (The Inventor: Out for Blood in Silicon Valley), dirigido por Alex Gibney, foi lançado em 18 de março de 2019 e está disponível no Brasil pelo canal HBO. O filme utiliza uma abordagem jornalística para contar a história de Elizabeth Holmes, fundadora da Theranos, e o colapso de uma das maiores promessas tecnológicas do setor de saúde nos Estados Unidos.
A ascensão de Elizabeth Holmes e a promessa da Theranos
Holmes, nascida em 3 de fevereiro de 1984, em Washington, D.C., estudou na Universidade de Stanford antes de fundar a Theranos em 2003. A empresa foi criada com a promessa de revolucionar os exames laboratoriais, oferecendo diagnósticos rápidos e acessíveis por meio de uma máquina chamada Edison, que supostamente realizaria centenas de testes com apenas algumas gotas de sangue.
Com um discurso convincente e estratégias de marketing inspiradas em Steve Jobs, Holmes atraiu o apoio de investidores e personalidades influentes. Entre seus aliados estavam Ramesh Balwani, ex-executivo da Theranos, e figuras como Henry Kissinger e o ex-secretário de Estado dos EUA, George Shultz. A empresa arrecadou bilhões de dólares e, em seu auge, foi avaliada em US$ 9 bilhões.
O início das investigações e a exposição das fraudes
Apesar das promessas de inovação, os dispositivos da Theranos nunca cumpriram o que foi anunciado. A falta de transparência nos resultados gerou desconfianças, e os primeiros alertas surgiram em 2012, quando o cientista Richard Fuisz começou a questionar a eficácia dos exames. Em 2014, Tyler Shultz, neto de George Shultz e ex-funcionário da empresa, levou informações ao jornalista John Carreyrou, do The Wall Street Journal.
As reportagens publicadas pelo jornal revelaram que a tecnologia nunca funcionou conforme anunciado. Mesmo assim, em 2014, a empresa conseguiu novos investimentos que elevaram seu valor de mercado. Somente em 2015, após novas matérias e investigações mais aprofundadas, as dúvidas se intensificaram. Apesar disso, Elizabeth Holmes foi incluída na lista das cem pessoas mais influentes do mundo pela revista Time.
Consequências legais e colapso da Theranos
O desmoronamento da Theranos se acelerou em 2016, quando agências reguladoras, incluindo a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) e o Departamento de Justiça, iniciaram investigações sobre a empresa. Como resultado, Holmes e Balwani foram afastados da direção, e a Theranos perdeu todo o seu valor de mercado.
Em junho de 2018, o governo dos EUA apresentou nove acusações formais contra Holmes e Balwani, incluindo fraude e conspiração para enganar investidores e pacientes. Apesar de se declararem inocentes, provas indicam que os testes nunca foram eficazes e que a empresa colocava a saúde de pacientes em risco.
Em 2017, Holmes admitiu erros e afirmou que os testes não atingiam os padrões anunciados. O julgamento foi marcado para 4 de agosto de 2020, e os acusados enfrentam penas de até 20 anos de prisão, além de multas que podem chegar a US$ 250 milhões.


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Fundadora da Theranos, Elizabeth Holmes é condenada a 11 anos de prisão nos EUA por fraude
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