Decisão do STF representa tapa na cara de ‘ex-juizinho’ Sérgio Moro, diz Le Monde

A decisão do Supremo Tribunal Federal de derrubar a prisão após condenação em segunda instância, e por consequência, a possível soltura do ex-presidente Lula é a manchete do jornal Le Monde desta sexta-feira (08/11/2019).
A decisão do Supremo Tribunal Federal de derrubar a prisão após condenação em segunda instância, e por consequência, a possível soltura do ex-presidente Lula é a manchete do jornal Le Monde desta sexta-feira (08/11/2019).
A decisão do Supremo Tribunal Federal de derrubar a prisão após condenação em segunda instância, e por consequência, a possível soltura do ex-presidente Lula é a manchete do jornal Le Monde desta sexta-feira (08/11/2019).
A decisão do Supremo Tribunal Federal de derrubar a prisão após condenação em segunda instância, e por consequência, a possível soltura do ex-presidente Lula é a manchete do jornal Le Monde desta sexta-feira (08/11/2019).

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de derrubar a prisão após condenação em segunda instância, abrindo caminho à soltura do ex-presidente Lula, teve repercussão nos principais jornais europeus nesta sexta-feira (08/11/2019).

Um ano após a inesperada eleição de Jair Bolsonaro, o ex-presidente Lula acaba de obter uma vitória decisiva no plano jurídico, que poderá levar à sua rápida libertação, informa o jornal Le Monde.

A euforia de eleitores do Partido dos Trabalhadores (PT) e admiradores do ex-presidente, que acaba de completar 74 anos, tomou as ruas de várias cidades brasileiras, principalmente no Nordeste, relata o diário. Mas é aconselhável não queimar as etapas, adverte o Le Monde: “a Justiça brasileira é uma máquina complexa, cheia de engrenagens e capaz de criar surpresas, como já demonstrou muitas vezes”, assinala a reportagem.

Oposição se fortalece no cenário político

Na avaliação do Le Monde, o julgamento do STF representa um “terremoto” na política brasileira, a apenas um ano das eleições municipais, que vão testar o poder de Bolsonaro. A base bolsonarista fará pressão no Congresso para que os parlamentares revertam a decisão do tribunal, o que já foi descartado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia. “A proposta é preocupante por colocar em risco a separação dos poderes”, assinala o diário francês.

“De qualquer forma, a decisão do STF é um tapa na cara do ministro da Justiça, Sérgio Moro, ‘ex-juizinho’ em Curitiba, que sentenciou Lula em primeira instância em 2017”, destaca o texto. O jornal questiona o que Lula poderá fazer quando for libertado, mas o futuro político do ex-presidente permanece incerto.

Ainda na imprensa francesa, a agência de notícias AFP, o jornal Le Figaro e o gratuito 20 Minutos dizem que a provável libertação do petista “redistribui as cartas do jogo político no Brasil, onde a oposição permanece inaudível desde a posse do presidente Bolsonaro”. “O Partido dos Trabalhadores não enterrou seu líder histórico e ainda precisa de Lula, que mantém milhares de simpatizantes, especialmente no Nordeste desfavorecido, e claramente não desistiu da luta política”, assinala o 20 Minutos.

Repercussão na Europa

O britânico The Guardian analisa o julgamento do STF de forma mais crítica. “A decisão parece encobrir Da Silva e outros condenados de investigações da operação Lava Jato, que prendeu dezenas de políticos e líderes empresariais do maior país da América Latina”. Segundo o diário, “a decisão marca uma mudança importante na Suprema Corte do Brasil, que aceitou, em janeiro de 2016, que os réus condenados podem ser presos, mesmo havendo recursos pendentes de decisão”.

O jornal português “Público” relata que o STF alterou o seu entendimento em relação à prisão após condenações em segunda instância. Além de permitir a libertação de milhares de detidos, incluindo o ex-presidente Lula, a Corte “desfere mais um golpe profundo na operação Lava Jato”.

O italiano La Repubblica afirma que o ministro Dias Toffoli quis reafirmar a independência do Judiciário. “Metade do Brasil odeia, metade adora Lula. Tê-lo atrás das grades ou libertá-lo faz uma grande diferença. Não seria mais tão fácil para Bolsonaro. Precisamos saber agora se o símbolo da velha esquerda aceita o desafio de renovar à esquerda”, conclui.

*Com informações da RFI.


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