Preso pela Polícia Federal (PF) em 19 de novembro de 2019, durante deflagração da 1ª fase da Operação Faroeste, o falso cônsul da Guiné-Bissau Adailton Maturino dos Santos autorizou o advogado a apresentar minuta da proposta de delação premiada (Colaboração Premiada) ao Ministério Público Federal (MPF), diz fonte do Jornal Grande Bahia (JGB).
Segundo a fonte, Adailton Maturino pretende revelar novos fatos, envolvimento de personalidades ainda não citadas nas investigações e apresentar provas de pagamento de propina, desvendar como funciona o Sistema Faroeste de Corrupção, que envolve membros do Poder Judiciário da Bahia, além de revelar o envolvimento de agentes políticos, servidores, ex-servidores, advogados e empresários.
A mulher do falso cônsul, advogada Geciane Souza Maturino dos Santos, presa em conjunto com ele, deve fazer parte do acordo de delação, que pode acelerar o julgamento e condenar com maior precisão os envolvidos no vasto esquema criminoso, além de acrescentar novos personagens a trama.
Prisão na Papuda
Adailton e Geciane Maturino estão detidos no Complexo Penitenciário da Papuda, situado em Brasília (DF). O casal é réu na Ação Penal nº 940/DF, que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e que tem como relator o ministro Og Fernandes. Eles respondem pela prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, numa dinâmica organizada, em que gravitaram três núcleos de investigados, integrados por desembargadores do Tribunal de Justiça (TJBA) e magistrados, servidores e ex-servidores do Poder Judiciário Estadual da Bahia (PJBA), além de advogados e produtores rurais, todos com a manifesta intenção de negociar decisões, em especial, para legitimação de terras da antiga Fazenda São José, situada no município de Formosa do Rio Preto, no oeste da Bahia, tendo, como esteio, o INQ nº 1258/DF.
Estrutura do crime
Segundo o MPF, duas Organizações Criminosas (ORCRIM) atuaram para atender os interesses de Adailton Maturino, a do desembargador Gesivaldo Nascimento Britto, que compreende, dentre outros, o servidor José Alves Pinheiro e o Juiz de Direito João Batista Alcântara Filho e a da desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago, que abrange, dentre outros, a filha Amanda Santiago Andrade Souza.
A relação e o vínculo das organizações criminosas foram relatados pelo órgão ministerial na representação formulada, em 7 de novembro de 2020, ao STJ, oportunidade em que investigou a formação de outras cinco organizações criminosas, conforme relatado pelo JGB, na reportagem publicada em 14 de dezembro de 2020, com título ‘Exclusivo: A decisão do ministro do STJ Og Fernandes que determinou a prisão e afastamento das funções de desembargadores, juiz, secretário de Segurança Pública, ex-chefe do MPBA e servidores’.
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