Deltan Dallagnol anuncia saída do MPF; Grupo Prerrogativas avalia como criminosa a atuação na política do procurador da República e do ex-juiz Sérgio Moro

O procurador da República Deltan Dallagnol atuou como chefe da força-tarefa do Caso Lava Jato em Curitiba entre 2014 e 2020. Evidências apontam para um possível participação associativa criminosa em conluio com o juiz Sérgio Moro com fins persecutórios contra o ex-presidente Lula.
O procurador da República Deltan Dallagnol atuou como chefe da força-tarefa do Caso Lava Jato em Curitiba entre 2014 e 2020. Evidências apontam para um possível participação associativa criminosa em conluio com o juiz Sérgio Moro com fins persecutórios contra o ex-presidente Lula.

O procurador da República Deltan Dallagnol anunciou nesta quinta-feira (04/11/2021) nas redes sociais que vai pedir desligamento definitivo do Ministério Público Federal (MPF). Servidor concursado, Deltan atuou como chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, entre 2014 e 2020.

Em um vídeo postado na internet, o procurador disse que passou 18 anos no Ministério Público, mas que o trabalho de combate à corrupção vem sendo enfraquecido.

“Eu creio que agora eu posso fazer mais pelo país fora do Ministério Público, lutando com mais liberdade pelas causas em que eu acredito. Às vezes, é necessário dar um passo de fé na direção dos nossos sonhos. Eu tenho várias ideias sobre como eu posso contribuir e serei capaz de avaliar, refletir e orar melhor sobre essas ideias depois de sair do Ministério Público. Assim que essas ideias se concretizarem em planos e ações, eu vou compartilhar com vocês”, afirmou.

Em setembro do ano passado, Deltan deixou o comando da Lava Jato no Paraná após seis anos no cargo. Na ocasião, ele afirmou que se afastou por questões de saúde em sua família.

Grupo Prerrogativas avalia como criminosa a atuação na política do procurador da RepúblicaDeltan Dallagnol e do ex-juiz Sérgio Moro

O grupo Prerrogativas, que inclui juristas, advogados, professores, e ex-membros do Ministério Público e do Poder Judiciário, divulgou nota criticando a atuação na política do ex-juiz Sérgio Moro e do procurador da República Deltan Dallagnol, ex-chefe da força-tarefa do Caso Lava Jato em Curitiba, entre 2014 e 2020, e cujas evidências apontam, em tese, para um possível participação associativa criminosa em conluio com Sérgio Moro, promovendo atos persecutórios contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP).

Existe um anúncio prévio informando sobre a filiação de Sérgio Moro ao Podemos com a finalidade de concorrer à presidente da República em 2022. É possível supor que os associados, Sérgio Moro Deltan Dallagnol, atuem em conjunto na campanha. Em fato que demonstra o possível consórcio de poder e enriquecimento pessoal que criaram.

“Tais atos representam a consumação de uma manobra criminosa de aproveitamento político do sistema de Justiça”, afirmou o Prerrogativas em nota.

Em vídeo publicado nas redes sociais nesta quinta-feira (4), Deltan, ex-chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, afirmou que tem várias ideias para seu futuro e defendeu o “voto consciente”. “Posso fazer mais pelo país fora do Ministério Público”, disse ele, sem detalhar se entrará na política, como o ex-juiz Sergio Moro.

“Esses dois cínicos personagens, que se notabilizaram por um conúbio promíscuo, mediante o qual fraudaram escancaradamente garantias processuais básicas, durante a chamada Operação Lava Jato, agora exibem à luz do sol seus verdadeiros propósitos”, segue a nota do Prerrogativas.

O grupo diz ainda que Moro e Deltan são ” infames trapaceiros” e “inimigos da Constituição”. “Ambos agora revelam ao país a verdadeira índole dos abusos que praticaram. São traidores das instituições às quais pertenceram e inimigos da Constituição, sedentos de poder e ávidos pela manipulação de incautos”, segue o texto.

O Prerrogativas também afirma que Moro e Deltan tornaram a Operação Lava Jato “o epicentro de uma articulação golpista”.

“Por isso, cremos que a aventura político-partidária desses infames trapaceiros não irá longe. Não faltarão energia nem verdades a serem ditas por quem bem soube dimensionar o dano incomensurável que Moro e Dallagnol perpetraram contra a Justiça brasileira, em prejuízo da Democracia e em desfavor do interesse nacional”, finaliza a nota.

Nota do Grupo Prerrogativas

— O grupo Prerrogativas, composto por juristas, professores de Direito e advogados, ante as notícias de filiação político-partidária do ex-juiz Sérgio Moro e de desligamento do procurador da República Deltan Dallagnol dos quadros do Ministério Público, também com finalidade política, vem denunciar publicamente que tais atos representam a consumação de uma manobra criminosa de aproveitamento político do sistema de Justiça.

— Esses dois cínicos personagens, que se notabilizaram por um conúbio promíscuo, mediante o qual fraudaram escancaradamente garantias processuais básicas, durante a chamada Operação Lava Jato, agora exibem à luz do sol seus verdadeiros propósitos. Os pretextos de ‘combate à corrupção’, ‘Brasil justo para todos’, ‘lei que deve valer para todos’ e até ‘amor ao próximo’, utilizados por esses farsantes, na verdade sempre constituíram veículos de busca de interesses pessoais, à custa da destruição de empresas nacionais e da condenação de inocentes, numa tenebrosa deformação das funções da magistratura e do Ministério Público.

— Sergio Moro violou gravemente a obrigação de imparcialidade a que devem respeito todos os magistrados, como condição elementar de sua atuação. Já Deltan Dallagnol converteu a força-tarefa que coordenava na Lava Jato num sinistro esquadrão dedicado a empreender perseguições políticas sem base legal. Ambos agora revelam ao país a verdadeira índole dos abusos que praticaram. São traidores das instituições às quais pertenceram e inimigos da Constituição, sedentos de poder e ávidos pela manipulação de incautos.

— O grupo Prerrogativas há muito vem expondo a gravidade dos desvios praticados pela autoproclamada República de Curitiba. O caráter político e transgressor dos limites legais foi a marca da passagem de Moro pela magistratura e de Dallagnol pelo Ministério Público. Dissemos que agiam por interesses inconfessáveis, que agora vêm à tona.

— Devido a essa trama nefasta, Moro e Dallagnol tornaram a Operação Lava Jato o epicentro de uma articulação golpista. Por isso, cremos que a aventura político-partidária desses infames trapaceiros não irá longe. Não faltarão energia nem verdades a serem ditas por quem bem soube dimensionar o dano incomensurável que Moro e Dallagnol perpetraram contra a Justiça brasileira, em prejuízo da Democracia e em desfavor do interesse nacional..

Com informações de Mônica Bergamo, do Jornal Folha de S.Paulo.


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