Um imortal no IGHB | Por Luiz Holanda 

Joaci Fonseca de Góes, advogado, jornalista, empresário e ex-deputado federal constituinte.
Joaci Góes, advogado, jornalista, empresário e ex-deputado federal constituinte.

Fundado em 13 de maio de 1894, o Instituto Histórico e Geográfico da Bahia (IGHB) – também conhecido como Casa da Bahia-, é uma instituição que reúne pesquisadores e estudiosos nas áreas de Geografia, História, Sociologia e Ciências afins, registrando, na memória do tempo, nossa história e nossa cultura. Sua fundação foi precedida pelo Instituto Histórico da Bahia, que funcionou entre os anos de 1856 a 1877. Em 21 de junho de 1994,  tornou-se Membro-Honorário da Ordem do Mérito de Portugal. Localizado na Avenida Sete de Setembro, esquina com a Praça da Piedade, sua sede foi edificada em estilo neoclássico, uma das belezas arquitetônicas de nosso estado.

Sociedade Civil de Interesse Público em razão do seu patrimônio histórico-cultural, teve, entre seus membros figuras históricas como o engenheiro Teodoro Sampaio, Horácio Urpia Júnior (um dos seus fundadores), o historiador Luiz Vianna, Jaime de Sá Menezes e Pedro Calmon, entre outros.  Agora é presidido pelo imortal Joaci Góes, que o comandará no biênio 2022/2023.

Joaci, como bom ipiraense, queria, desde a infância, ser escritor. Terminou sendo. Autor de várias obras, fez-se conferencista, articulista, comentarista e empresário, além de advogado com passagem pela política, onde se consagrou como um dos melhores deputados que a Bahia levou para a Assembleia Nacional Constituinte na legislatura de  1987 a 1991.

Dotado de uma oratória que causa inveja, possui vasta cultura e amplos conhecimentos nas áreas de administração e do direito. Em suas atividades parlamentares foi coordenador da Bancada baiana na Câmara Federal e membro titular da Subcomissão da Ciência, Tecnologia e da Comunicação, além da Comissão da Família, Educação. Cultura e Esporte, bem como da Subcomissão do Sistema financeiro, Tributário e Orçamentário nacional.

Do ponto de vista de realização pessoal fez muita coisa na vida. Foi diretor-presidente do Jornal Tribuna da Bahia e coproprietário da TV ARATU. Ao deixar o jornal, em 1967, transferiu para os colegas sua participação acionária na empresa. Apenas pediu que continuassem a obra criada pelo fundador do jornal, Elmano Castro.

Também presidiou a Academia de letras da Bahia, onde se destacou como administrador, escritor, jurista e homem de letras. É imortal por mérito e competência. Sabe que a imortalidade não existe somente na natureza. Existe, também, no mundo acadêmico, à semelhança da Academia Francesa, onde seus integrantes se tornam imortais por jamais se desvincularem da instituição na qual têm assento vitalício.

Realmente, a condição de acadêmico é eterna. Por ocasião da posse na presidência do Tribunal de Contas de Minas Gerais, o ministro Murta Lages afirmou que “a vitaliciedade não pode ter limites, ela é ou não é, não pode ser adjetivada”. Segundo o jornalista Divo Marino, imortal da Academia Ribeirãopretana de Letras, “Os acadêmicos são chamados de (…) imortais, classificação que torna absoluta a vitaliciedade da vida acadêmica… Assim, para permanecer acadêmico, o imortal não precisa pagar pedágio, não ser classificado de “sócio de clube”, e nem comparecer ao chá (…). A imortalidade pede independência vitalícia, pois um membro de uma Academia dela recebe homenagens em sessão de despedida ou da saudade”.

Como todo bom filósofo, Joaci sabe que apesar das honrarias e das homenagens, ser imortal significa receber homenagens, admiração e muita inveja. Daí a filosofia que o conduz na vida, colocando o pensamento nas alturas, pois, como dizia Nietsche, “Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar”.

*Luiz Holanda, advogado e professor universitário.


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