2 Casos do Oeste da Bahia são apreciados pelo Tribunal Permanente dos Povos; Conflito entre comunidades tradicionais geraizeiras e Condomínio Cachoeira Estrondo está em pauta

Grandeando área de cultivo dentro do Condomínio Cachoeira do Estrondo, em Formosa do Rio Preto.
Tribunal Permanente dos Povos (TPP) em Defesa dos Territórios do Cerrado é articulado por 50 movimentos e organizações sociais. Comunidades acompanhadas pela Cáritas participam.

Audiência final do Tribunal Permanente dos Povos (TPP) será realizada entre os dias 8 e 10 de julho de 2022, em Goiânia (GO). A iniciativa conta com apoio da Cáritas que subsidiará a participação de lideranças comunitárias de Formosa do Rio Preto, no Oeste da Bahia, por meio do Programa Global. Assim como outras no Brasil, as comunidades enfrentam conflitos de terra e serão ouvidas no júri.

A atividade presencial contará com um público de 150 pessoas, entre representantes de povos e comunidades tradicionais, membros do júri e entidades membro da Campanha Nacional em Defesa do Cerrado.

De acordo com a assessora regional na Cáritas Nordeste 3, Amanda Santos, há cerca de 10 anos as comunidades têm o apoio da agência 10envolvimento e são acompanhadas por advogados da AATR [Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais]. “A partir de 2022 a Cáritas Nordeste 3 se soma como importante parceira na luta pelos direitos territoriais e ambientais das comunidades do Alto Rio Preto – dentre elas, as comunidades envolvidas no caso da Estrondo também são apoiadas”, destaca.

Casos do Oeste da Bahia

Ao todo, o TPP terá 15 casos, sendo dois da Bahia. O caso 8 envolve comunidades e territórios tradicionais de fecho de pasto nos municípios de Correntina, Coribe, Jaborandi, Santa Maria da Vitória e Cocos, no Oeste da Bahia, lutam pelo reconhecimento de seus territórios tradicionais, enquanto enfrentam conflitos fundiários e socioambientais, vivenciando processos históricos e atuais de grilagens envolvendo mais de 1 milhão de hectares, violências, apropriação dos territórios e das águas protagonizadas por empresas nacionais e estrangeiras produtoras e comercializadoras de grãos e outras especializadas em compra e venda de terras, a exemplo da empresa Agrícola Xingu S.A., parte do grupo multinacional japonês Mitsui & Co, que atualmente arrenda terras à empresa SLC Agrícola.

Já no caso 9 estão as comunidades tradicionais geraizeiras do município de Formosa do Rio Preto (BA), que lutam pelo reconhecimento de seus territórios tradicionais, enquanto enfrentam um conflito histórico com o Condomínio Cachoeira Estrondo, liderado pela família do empresário Ronald Levinsohn (falecido em 2020) e por grande sojicultores (família Horita e outros) que, utilizando da estratégia da grilagem de terras públicas, promovem, em articulação com forças públicas e privadas de segurança, há pelo menos 45 anos, expulsões, apropriação ilegal de terras, desmatamentos, contaminação das águas, cerceamento do direito de ir e vir, controle territorial, roubo e morte de animais, violências físicas e psicológicas, ameaças e tentativas de assassinatos de lideranças.

TPP em Defesa dos Territórios do Cerrado

A Campanha em Defesa do Cerrado – uma articulação de 50 movimentos e organizações sociais – peticionou ao Tribunal Permanente dos Povos (TPP) para a realização de uma Sessão Especial para julgar o crime de ecocídio contra o Cerrado. A Campanha denuncia que se nada for feito para frear a devastação do Cerrado, o ecocídio pode ser aprofundado irreversivelmente com a extinção do Cerrado nos próximos anos levando junto a base material da reprodução social dos povos indígenas, comunidades quilombolas e tradicionais do Cerrado como povos culturalmente diferenciados, ou seja, seu genocídio cultural. Mais informações sobre o TPP podem ser obtidas em https://tribunaldocerrado.org.br/.

O Programa Global

O Programa Global das Comunidades de Nossa América Latina é desenvolvido pela Cáritas Brasileira (Regionais Nordeste 3 e Norte 2), Colômbia e Honduras e apoiado pela Cáritas Alemã e Ministério Alemão. Busca melhorar a implementação dos direitos à terra e ambientais, promover a participação política das comunidades rurais e disseminar abordagens inovadoras para a adaptação às mudanças climáticas nos territórios envolvidos no projeto.

Transmissão 

O evento será transmitido online no YouTube https://www.youtube.com/channel/UCrQLPxOz4c-MVTIcTCBH_Mw.

Contestação

Agronegócio Estrondo contesta.

Leia + no seguinte link:

Conflito entre comunidades tradicionais geraizeiras e Condomínio Cachoeira Estrondo é contestado


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