Eleições 2022: Convenção Nacional do PSB oficializa Geraldo Alckmin como candidato à vice-presidente na chapa liderada por Lula

Lula, Carlos Siqueira e Geraldo Alckmin em convenção do PSB que confirmou indicação do candidato a vice-presidente na chapa liderada pelo PT.
Lula, Carlos Siqueira e Geraldo Alckmin em convenção do PSB que confirmou indicação do candidato a vice-presidente na chapa liderada pelo PT.

A Convenção Nacional do PSB, realizada na tarde desta sexta-feira (29/07/2022), oficializou o nome do ex-governador Geraldo Alckmin como candidato a vice-presidente da República na chapa encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para as eleições deste ano. A indicação foi aprovada por unanimidade pelos cerca de 400 socialistas presentes.

No evento, que lotou o auditório do Hotel Meliá Brasil 21, no centro de Brasília, os participantes também aprovaram, por unanimidade, a aliança da coligação composta por PSB, PT, Rede, PSOL, PV, Solidariedade e PCdoB.

Para o público que acompanhava o ato, Lula afirmou que a convenção do PSB é um momento histórico e que recebe “com muito orgulho” o referendo do partido para, junto com Alckmin, cumprir a tarefa de consertar o país. “Eu e o Alckmin não vamos governar esse país. Nós vamos cuidar de gente e levar em consideração que nesse país precisa voltar a prevalecer o amor e não o ódio. As pessoas têm que saber que esse país vai melhorar! E nós vamos, junto com vocês, consertar esse país”.

Para ele, esta é “a mais importante aliança” já feita entre todos os partidos de esquerda e democráticos. “Eu queria que vocês refletissem sobre o que está acontecendo hoje. Para alguns é apenas a convenção do PSB, para outros é apenas o encontro de companheiros que fazem política nesse país. Mas se imaginarmos, vamos perceber que a dimensão do que estamos fazendo hoje é muito maior do que a gente poderia imaginar que aconteceria nesse país. Faltam 2 meses e 3 dias para que o povo brasileiro se manifeste e defina que tipo de Brasil quer”, disse.

O pré-candidato à Presidência da República destacou a qualidade da chapa formada por ele e Alckmin. “Se vocês pegarem todas as eleições, em nenhum momento da história esse país teve uma candidatura com a grandeza da candidatura de Lula e Alckmin. Primeiro, eu tenho como vice a candidatura de um homem que governou São Paulo por 16 anos e ainda foi vice mais seis anos. É a candidatura junto com o homem que foi o mais exitoso presidente da República, não por mérito próprio, mas pela contribuição que a sociedade brasileira deu para que se colocasse o Brasil na órbita das grandes nações e que virasse protagonista internacional”.

Segundo Lula, é preciso fazer uma campanha nas ruas sem violência e ódio porque o país precisa de alegria, de amor, de compreensão, de fraternidade e de carinho. “Nós precisamos fazer uma campanha sem ódio, não precisamos aceitar nenhuma provocação, ninguém tem que brigar com ninguém, vamos ganhar tendo coragem. Temos que ir para a rua para mostrar que o povo brasileiro quer democracia de verdade!”.

O líder do PSB na Câmara, deputado federal Bira do Pindaré (MA), afirmou que o partido “nunca tinha tomado uma decisão tão acertada quanto essa” e que “estamos convencidos de que esse é o caminho correto” ao referendar a chapa Lula-Alckmin. “Estamos unidos, movidos pela fé e pela esperança. A violência política não nos intimida e essa é a posição que nos faz ter a tranquilidade e a certeza de que estamos fazendo a nossa parte e que vamos alcançar a vitória”.

Bira ainda destacou que a bancada do PSB combateu com muita qualidade e firmeza o fascismo instalado no país nos últimos 3 anos e meio e todo tipo de desmando contra aqueles que atacam e violam os direitos fundamentais da população brasileira. Mas que, a partir da vitória da chapa Lula-Alckmin nas próximas eleições, não será mais uma bancada de oposição com a vitória progressista nessas eleições.

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, disse que a convenção é o início formal da caminhada política entre os socialistas e as lideranças políticas de Lula e Alckmin. Ele falou em nome de todos os governadores socialistas: Paulo Câmara (Pernambuco), João Azevêdo (Paraíba) e Carlos Brandão (Maranhão).

“Nós estamos buscando, de fato, um movimento político que esteja além dos partidos, além das lideranças, e que possam significar, nesse momento, para todos nós, a esperança de que teremos o fortalecimento da nossa democracia, das nossas instituições, que teremos cada vez mais políticas de enfrentamento à pobreza e que teremos capacidade de sentar à mesa e ter diálogo, de voltarmos à normalidade da política e debatermos com as nossas diferenças. É isso que estamos trazendo aqui hoje”.

Representando todos os prefeitos do PSB, o prefeito do Recife João Campos pontuou que a construção da chapa homologada na data de hoje representa um compromisso muito grande com o Brasil. Segundo ele, os socialistas estão certos da tarefa política que têm pela frente, estarão unidos em todo o país para irem às ruas durante a campanha e, agora, “mais do que nunca nós não vamos desistir do Brasil”.

“Mais uma vez, a gente compreende que o momento que vivemos não é trivial. Nessa eleição, de fato, só há dois lados: o da barbárie, do autoritarismo, de quem não respeita as diferenças do Brasil; e outro lado que quer voltar a sonhar, voltar a construir políticas públicas de qualidade, que vai enfrentar as desigualdades com responsabilidade e vai voltar a fortalecer o Estado brasileiro”.

Para a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, a convenção nacional do PSB e a oficialização da coligação entre os partidos é a construção da unidade em defesa da democracia. Ela lembrou que PT e PSB já caminharam juntos por muito tempo, em muitas lutas e eleições. Entretanto, nem sempre estiveram juntos em todas as eleições que disputaram pós-abertura democrática no Brasil. “E isso era normal. Mas nos segundos turnos sempre estávamos juntos para garantir que pudéssemos ter governos democráticos, populares e progressistas. Mas nessa eleição de 2022 ninguém titubeou porque, apesar das divergências, nós vimos a necessidade de estarmos juntos para enfrentar o que o Brasil está passando. E foi esse entendimento que fez com que estivéssemos juntos aqui hoje”.

Gleisi afirmou que o ato da oficialização da chapa e da coligação é mais do que a defesa da democracia. “Aqui também tem a qualidade de um projeto que estamos apresentando para o Brasil e a qualidade de lideranças que têm condições de conduzir esse projeto e tirar o país da crise. Lula e Alckmin formam uma chapa com essa qualidade, com capacidade, experiência e conhecimento de país”, pontuou.

Perfis

Geraldo Alckmin, que nasceu em Pindamonhangaba, no interior paulista, tem 68 anos, é médico e professor. Um dos fundadores do PSDB, Alckmin foi governador de São Paulo de 2001 a 2006 e de 2011 a 2018, comandando o governo paulista por mais tempo desde a redemocratização do Brasil. Atualmente é professor universitário no curso de medicina da Universidade Nove de Julho e membro da Academia de Medicina de São Paulo.

Luiz Inácio Lula da Silva, de 76 anos, nasceu em Garanhuns (PE) e iniciou sua trajetória política como sindicalista em 1966. Foi presidente da República por dois mandatos a partir de 2003, depois de ser eleito em 2002, em disputa no segundo turno das eleições com José Serra. Em 2006, Lula venceu o próprio Alckmin e foi reeleito ao cargo. A primeira vez que disputou a Presidência foi em 1989, sendo derrotado por Fernando Collor de Melo. Antes de ser eleito, tentou mais duas vezes, em 1994 e 1998, quando perdeu para Fernando Henrique Cardoso em ambas.


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