Editorial: Personalismo e idolatria são identificados na atuação política de ACM Neto; Em artigo, Robinson Almeida vaticina ‘astúcia e traição’ como forma do agir do reacionário do Magalhismo nas Eleições 2022

Ana Coelho, Cacá Leão e ACM Neto, políticos que representam a elite reacionária de poder.
Ana Coelho, Cacá Leão e ACM Neto, políticos que representam a elite reacionária de poder.

Com base no tratado de ciência política de Nicolau Maquiavel, escrito em 1513 e publicado em 1532 com o título ‘O príncipe’, o deputado estadual Robinson Almeida (PT) analisa a atuação política de ACM Neto (UB), candidato ao governo da Bahia pela direita reacionária e vinculado a dinastia de poder do Magalhismo. Iniciada pelo avô, em 1954, quando foi eleito deputado estadual pela União Democrática Nacional (UDN), mesmo partido que deu sustentação ao Golpe de Estado Civil-Militar (Ditadura Militar no Brasil de 1964 a 1985) com a denominação Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e que foi sucedido pelo Partido Democrático Social (PDS).

Filiado ao partido União Brasil (UB), ACM Neto é legatário desta linha histórica de dominação colonial, formada por uma elite reacionária, que controla uma das maiores economias do planeta, instituindo um modelo excludente, violento e segregador de sociedade.

A síntese deste domínio é observada em dois indicadores econômicos negativos, o de concentração de renda, com o Brasil despontando com a liderança global, ou seja, ao passo que a riqueza é produzida pela classe trabalhadora do país — que tem Produto Interno Bruto (PIB) situado entre os 10 maiores do mundo — lhe é negado acesso equilibrado à riqueza produzida.

O segundo resultado desta anomia é o fato de que o Brasil apresenta elevado número de pessoas pobres e miseráveis. Neste aspecto, as elites do país condenam a sociedade ao atraso e violência, haja vista que a desigualdade social acentuada resulta em uma estrutura social com elevados indicadores de violência.

A escolha pela democracia 

A emancipação política de uma sociedade está vinculada com a capacidade de sublevar-se contra o status quo, ou seja, romper com a estrutura de dominação e forjar um novo pacto político que resulte na mudança da estrutura social.

Neste aspecto, algumas situações são recorrentes, golpes de estado, revoluções sociais e processos eletivos democráticos.

A população brasileira, desde a redemocratização, em 1985, optou pelos processos eletivos democráticos, fato que permite mudança gradual de poder, com a mudança progressiva da estrutura social.

Em uma sociedade subordinada, com baixos indicadores de educação, emprego e renda, o julgamento político sobre em quem votar e por quais motivos votar é subalterno da dominação ideológica exercida pelos meios de comunicação de massa, cuja estrutura serve ao controle violento da elite, legatária do colonialismo escravista.

A teoria de Maquiavel na análise de Robinson Almeida sobre ACM Neto

Sob essa perspectiva, acerta Robinson Almeida na escolha teórica para análise da atuação política de ACM Neto, cujo partido, União Brasil, é herdeiro da UDN e, mais recente, do Partido Social Liberal (PSL), mesma legenda na qual foi eleito o xtremista de direita Jair Bolsonaro (PL), presidente da República. Desta forma, mudam-se as denominações e é mantida a ideologia reacionária como estrutura de poder.

A escolha da obra ‘O Príncipe’ foi mais do que adequada, haja vista que ACM Neto possui uma trajetória de poder familiar, cuja riqueza familiar e pessoal se confunde com a escalada de cargos públicos que acumulou.

Nicolau Maquiavel escreveu um clássico da filosofia moderna, fundadora da ciência política, com a finalidade de orientar o governante na tomada e manutenção do poder e foi dirigido à família Médici, de Florença.

A obra é um estudo sobre as oportunidades oferecidas pela fortuna, sobre as virtudes e os vícios intrínsecos ao comportamento dos governantes, com sugestões sobre moralidade, ética e organização urbana que, apesar da inspiração histórica, permanece atual

A partir desta sólida base teórica, Robinson Almeida vaticana sobre ACM Neto:

— “Astúcia e traição” foram os principais atributos do enredo criado pra montar uma chapa de comando monárquico, com exclusão de aliados recentes e históricos, humilhação de lideranças e concentração do poder de decisão exclusivo no candidato.

Na análise, ele prossegue comentando sobre a forma como o vice-governador João Leão (PP) foi atraído e descartado na aliança majoritária reacionária, para ser substituído pelo filho, o deputado federal Cacá Leão (PP), cuja densidade político-eleitoral é inexpressiva.

O mesmo destino teve o deputado federal Marcelo Nilo (Republicanos) e o ex-prefeito de Feira de Santana José Ronaldo (UB).

— A traição aos novos e antigos aliados foi feita com dissimulação. Estimulou os pretendentes. Incensou várias alternativas. Sugeriu pesquisas qualitativas. — Afirmou Robinson Almeida.

Atraídos para o projeto personalista de poder, João Leão, Marcelo Nilo, José Ronaldo e o dublê de bispo da Igreja Universal, presidente dos Republicanos Bahia e deputado federal Márcio Marinho, político negro, oriundo da periferia pobre do Rio Janeiro, apoiaram constrangidos a escolha de Ana Coelho (Republicanos) como candidata a vice-governadora na chapa liderada por ACM Neto.

—  A vice tinha sido definida há muito tempo, sob o critério de não possuir poder político, pra não causar sombra ou ameaças futuras e facilitar previsível descarte. Também não contrair dívidas com líderes do espólio político herdado do avô. Entubou os enganados com novas promessas e prêmios de consolação. Os súditos se renderam. — Revelou Robinson Almeida.

Herdeira da direita reacionária

Ana Coelho é sobrinha do ex-governador Nilo Coelho, político que governou a Bahia e que tem origem na elite rural da região de Guanambi.

Robinson Almeida acrescenta e conclui sob os políticos que foram atraídos pelo projeto pessoal de poder de ACM Neto:

— Para quem segue a velha cartilha, vale o que Maquiavel ensinou – é mais obediente aquele homem que foi ofendido com tal gravidade que a ele só reste a vergonha e a passividade de não reagir ao seu soberano. Tudo ao modo daquela antiga dominação que durou 40 anos servindo fel e fígado ao ambiente político baiano.

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O Pequenino Príncipe | Por Robinson Almeida


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