Salvador, quinta-feira, 08/09/2022 – O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), deputado estadual Osni Cardoso, questionou publicamente a evolução patrimonial do ex-prefeito de Salvador e então candidato ao Governo da Bahia, ACM Neto (União Brasil), cuja fortuna declarada à Justiça Eleitoral atingiu R$ 41,7 milhões em 2022.
A crítica de Osni Cardoso foi motivada por reportagem do jornal A Tarde, publicada na segunda-feira (05/09/2022), que apontou que o patrimônio de ACM Neto cresceu quase 5.000% em 15 anos, período no qual o político exerceu exclusivamente cargos públicos, como deputado federal (2003–2012) e prefeito da capital baiana (2013–2020).
Crescimento patrimonial questionado
De acordo com os dados analisados, o patrimônio de ACM Neto saltou de R$ 835 mil em 2006 para R$ 13,3 milhões em 2012, ao final do seu período como deputado. Durante o primeiro mandato como prefeito de Salvador, o valor declarado aumentou para R$ 27,8 milhões. Já em 2022, dois anos após deixar o cargo, o montante registrado atingiu R$ 41,7 milhões, consolidando-o como o candidato mais rico entre os postulantes ao Governo do Nordeste.
“Como alguém que até hoje faz propaganda dizendo que trabalhou e ‘dedicou o máximo da energia’ quando foi prefeito de Salvador consegue acumular uma fortuna nesse período de quase R$ 30 milhões, sendo que o salário não passou dos R$ 25 mil por mês?”, indagou Osni Cardoso, ao destacar o descompasso entre os vencimentos públicos e o acréscimo patrimonial do ex-prefeito.
Transparência como princípio constitucional
Durante coletiva à imprensa, Osni reforçou que a transparência na vida pública é exigência constitucional e deve ser respeitada por qualquer agente político, especialmente por aqueles que almejam cargos executivos. Para o parlamentar, o crescimento do patrimônio de ACM Neto carece de explicações públicas claras e fundamentadas.
“A dúvida minha e a dos baianos e baianas é se essa ‘nova missão’ que o ex-prefeito afirma ter é continuar aumentando sua fortuna de forma ultrarrápida, sem garantir a devida transparência da origem de tanto dinheiro”, afirmou Cardoso.
O deputado acrescentou que, conforme a Constituição Federal de 1988, todo gestor público deve prestar contas de sua atuação e das movimentações patrimoniais que possam ser associadas ao exercício da função. “A transparência é condição do serviço público. Ser transparente é ser democrático e honesto”, concluiu.
Desdobramentos eleitorais e legais
O questionamento do líder petista insere-se no contexto da campanha eleitoral de 2022 na Bahia, marcada pela disputa direta entre os grupos políticos liderados pelo PT e por ACM Neto. Embora o ex-prefeito não tenha sido acusado formalmente de irregularidades, a cobrança de explicações sobre o aumento de seu patrimônio poderá gerar efeitos eleitorais e de imagem, especialmente entre o eleitorado mais atento à integridade e à lisura dos candidatos.
O caso levanta debate sobre a necessidade de aprimorar os mecanismos de fiscalização e controle patrimonial de agentes públicos, incluindo a verificação cruzada de declarações de bens e movimentações financeiras, conforme previsto na legislação eleitoral e na Lei da Ficha Limpa.
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