Um dia após ser privatizada pelo Governo Bolsonaro, Reman aumenta preço do gás de cozinha

Vista aérea da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), em Manaus.
Vista aérea da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), em Manaus.

Um dia após a conclusão da venda da Refinaria Isaac Sabbá (Refinaria de Manaus — Reman), na quarta-feira (30/11/2022), o consumidor da região Norte já está pagando mais caro pelo gás de cozinha.

Desde ontem, 1/12, o produto foi reajustado pelo novo proprietário da refinaria — a empresa amazonense Ream Participações S.A., do grupo Atem. O GLP teve aumento de 93 centavos por quilo. E o preço pode subir ainda mais em 2023, conforme admitiu a Atem.

Em Boa Vista (Roraima), alguns revendedores já adotaram o novo preço, que chega até R$ 135 o botijão de 13 quilos. Na semana passada, o valor médio do gás de cozinha praticado no estado nortista era de R$ 121,03, o quinto mais caro do Brasil, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

“A venda da Reman e seus ativos logísticos foi concluída no apagar das luzes, a 30 dias da posse do novo governo, criando mais um monopólio regional privado contra o cidadão brasileiro. A refinaria foi vendida a preço de banana por uma administração especialista em liquidação do patrimônio público”, ressaltou o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.

A Reman, que abastece a região Norte, foi vendida pela Petrobrás por US$ 257,2 milhões. A operação é questionada na Justiça pela FUP, Anapetro (Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobrás) e Sindipetro (Sindicato dos Petroleiros do Estado do Amazonas). Além de ação popular, há ainda reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Congresso Nacional. A questão foi levada também à equipe de transição do governo eleito e encaminhada ao Ministério Público do Tribunal de Contas da União (MPTCU).

O advogado Ângelo Remédio, da Advocacia Garcez — que representa os petroleiros na ação — explica que está em fase de julgamento ação jurídica contra a venda da refinaria, com questionamentos sobre o valor de venda e criação de monopólio regional privado, prejudiciais ao consumidor e à economia local.

Há também questionamentos por parte dos petroleiros e da sociedade civil contra isenção fiscal de PIS e Cofins, que já gerou cerca de R$ 1,5 bilhão em economia para a Atem por não arrecadação de impostos”. A medida a favor da empresa conta com liminar desde 2017, que não foi julgada até hoje.


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