Quem são as 12 Lideranças do PT que assumem ministérios no Governo Lula 3 e o que disseram ao tomar posse?

Ao tomar posse como ministro da Casa Civil, ex-governador da Bahia Rui Costa cumprimenta o presidente Lula.
Ao tomar posse como ministro da Casa Civil, ex-governador da Bahia Rui Costa cumprimenta o presidente Lula.

Os primeiros dias do governo Lula foram marcados pelas cerimônias de transmissão de cargo aos novos ministros e ministras. Dos 37 nomes que compõem o primeiro escalão, 12 são lideranças do Partido dos Trabalhadores.

Tomaram posse na segunda-feira (02/01/2023): Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Camilo Santana (Educação), Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos), Fernando Haddad (Fazenda), Jorge Messias (AGU), Marcio Macedo (Secretaria-Geral), Rui Costa (Casa Civil) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome).

E, na terça-feira (3): Cida Gonçalves (Mulheres), Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Paulo Pimenta (Secom) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar).

Veja o que eles disseram ao iniciar suas gestões:

Rui Costa, ministro da Casa Civil da Presidência da República

Após governar a Bahia por dois mandados consecutivos, de 2015 a 2022, Rui Costa se torna agora o ministro da Casa Civil de Lula, cargo que faz dele o principal interlocutor do presidente dentro do Palácio do Planalto, com a missão de acompanhar o progresso dos projetos prioritários do governo.

“O povo brasileiro votou em Lula porque espera sair nas ruas e não ver tanta gente embaixo dos viadutos, pedindo ajuda para sobreviver, para comer. O povo brasileiro votou no Lula porque quer paz. (…) União e reconstrução. Essas serão as duas palavras que simbolizarão este governo. Unir o Brasil, unir os diferentes. Unir não significa anular as ideias diferentes, mas intensificar o debate, buscar sínteses, buscar consensos.”

Alexandre Padilha, ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI)

Ao assumir o cargo, o ex-ministro da Saúde e deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) também assinou ofício à Presidência da República solicitando encaminhamento ao Congresso Nacional da indicação dos lideres do governo: Jaques Wagner (PT-BA), no Senado; José Guimarães (PT-CE), na Câmara dos Deputados; e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), no Congresso Nacional.

“Como disse o presidente Lula, a gente, quando fez a Constituinte, dizia: ‘Ditadura nunca mais’. No dia de ontem, na posse do presidente Lula, outra frase foi escrita: ‘Democracia para sempre’. E nós estaremos aqui, neste ministério, defendendo a democracia. O povo brasileiro optou pela democracia nas eleições. O voto soberano, eletrônico e auditável do povo brasileiro optou por uma frente democrática nessa eleições.”

Camilo Santana, ministro da Educação

O ex-governador do Ceará e senador pelo PT assume a pasta da Educação com o desafio de reverter os inúmeros retrocessos que ocorreram na área nos últimos quatro anos. Em seu discurso de posse, listou como prioridade garantir a alfabetização de todas as crianças na idade certa e assumiu o compromisso de trabalhar em conjuntos com prefeitos e governadores.

“É necessária a recuperação de uma visão sistêmica da educação, que vai da creche à pós-graduação. E, para isso, precisamos fortalecer o regime de colaboração, em um grande pacto federativo pela educação.”

Cida Gonçalves, ministra das Mulheres

O Ministério das Mulheres volta a ter no comando uma pessoa comprometida com as causas das mulheres, como o combate à violência de gênero e a luta por salários iguais. Cida Gonçalves é consultora em políticas públicas de gênero e, nos governos de Lula e Dilma, foi secretária nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres.

“Gostaria de enfatizar a intenção deste ministério de trabalhar arduamente na reconstrução de um país com a cara e o jeito das mulheres, de trabalhar pela união e fazer com que a democracia seja plena para homens e mulheres. Podemos, e mais que isso, devemos trabalhar juntas e juntos. Há um novo mundo possível e ele tem um rosto, uma assertividade, uma garra das mulheres brasileiras.”

Esther Dweck, mnistra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos

Professora associada do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ex-chefe da Assessoria Econômica (2011-2014) e ex-secretária de Orçamento Federal (2015-2016), Dweck assume a pasta que tem como tarefa melhorar a qualidade da gestão pública.

“Contribuirei, naquilo que me compete, com os ministros Fernando Haddad e com a ministra Simone Tebet na formulação de um arcabouço que garanta responsabilidade fiscal e social, transparência e previsibilidade. (…) Teremos um grande desafio: o ministério da Gestão será um aliado de todos os ministérios para garantir o bom funcionamento das políticas públicas.”

Fernando Haddad, ministro da Fazenda

Ex-prefeito de São Paulo e o ex-ministro da Educação, sendo o que mais tempo ficou no cargo (2005 a 2012), Fernando Haddad assumiu o Ministério da Fazenda se comprometendo a não só “arrumar a casa”, mas “reconstruir a casa”, dado o período de destruição que se encerrou com o fim do governo de Jair Bolsonaro.

“Além de trabalhar com toda a ênfase na recuperação das contas públicas, é preciso combater a inflação, fazer o Brasil voltar a crescer com sustentabilidade e responsabilidade, mas principalmente com prioridade social: geração de empregos, renda, salários dignos, comida na mesa do trabalhador e preços mais justos. Essa é a síntese da missão que recebi do nosso presidente Lula.”

Jorge Messias, Advogado-Geral da União

O procurador da Fazenda Nacional Jorge Messias passa a comandar a Advocacia Geral da União (AGU). Messias já ocupou cargos nos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia e na Casa Civil durante o governo Dilma. Na cerimônia, anunciou a criação da Procuradoria da Democracia, que “vai contribuir com os esforços da democracia defensiva e promover pronta resposta a medidas de desinformação e atentado à eficácia das políticas públicas”, além de promover “a estratégia brasileira de defesa da democracia, com a fundação do Sistema Nacional de Proteção à Democracia”.

“Espero dar uma contribuição decisiva para o resgate da nossa democracia, com a retomada da harmonia entre os Poderes da República. Os ataques a autoridades que presenciamos nos últimos anos não serão mais tolerados. É inadmissível a banalização dos discursos de ódio e intolerância, perturbando a paz e disseminando o ódio às instituições.”

Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego

O ex-prefeito de São Bernardo e deputado federal Luiz Marinho (PT-SP) volta a comandar a pasta que chefiou entre 2005 e 2007, quando implementou a política de valorização do salário mínimo acima da inflação, que marcou as gestões de Lula e Dilma e volta a ser praticada agora no novo governo. Ao tomar posse, Marinho defendeu que as recentes mudanças no mercado de trabalho não podem significar o fim dos direitos trabalhistas e das proteções sociais e previdenciárias.

“Farei de tudo para que a agenda do trabalho passe a ter um protagonismo inédito e esteja, a partir de agora, no centro das definições da política de desenvolvimento do país. Esta é a missão que recebi do presidente Lula: contribuir para transformar esse nosso Brasil em um país desenvolvido, com empregos dignos, bons salários, proteção social, trabalhista, sindical e previdenciária para todos e todas.”

Marcio Macedo, ministro da Secretaria-Geral da Presidência da Repúblic

A Secretaria-Geral terá a missão de auxiliar Lula no desempenho de suas atribuições, mas com enfoque especial na articulação entre governo e os mais diferentes segmentos da sociedade civil. Em outras palavras, será uma pasta dedicada principalmente à participação popular no governo. Para essa missão, o presidente destacou o deputado federal pelo PT de Sergipe Marcio Macedo, que também atuou na coordenação da campanha de Lula.

“Quero saudar, de coração, os movimentos sociais e populares, todo o movimento sindical e estudantil, que foram e são fundamentais na construção do Brasil, dos nossos mais gentis e generosos sonhos. Sintam-se em casa, porque essa é a casa de vocês.”

Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom)

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) comandará a comunicação governamental do governo Lula. Em seu discurso, defendeu a liberdade de imprensa, destacou a importância de se combater as fake news e pregou que o Brasil volte a se mostrar para o mundo, para que retome o respeito e o protagonismo internacional. E, por fim, lembrou que a comunicação é uma ferramenta essencial da democracia, que deve servir, neste momento, para promover a união do país.

“Mais do que tudo, a comunicação governamental nesta gestão terá o papel de unir brasileiros e brasileiras, reconstruir um sentido de nação. Nosso país tem desafios gigantescos pela frente, e é preciso retomar a mensagem de que a única forma de superá-los é fazermos isso juntos. União e reconstrução, esse é o grande desafio colocado para o nosso país. O presidente Lula já disse que só há um Brasil, e é por ele que todos e todas devem trabalhar. A mensagem que queremos passar não é de confronto ou de ressentimento. É preciso ter como bandeira a defesa da democracia para a construção de um país mais justo e soberano.”

Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar

O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) assume o Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar, recriado por Lula para cuidar das famílias do campo e retomar o processo de reforma agrária. Ao tomar posse, Teixeira lembrou que “sem comida, não há democracia”.

“Hoje, nós reiniciamos esse desafio de erradicar a fome e dar condições de vida mais dignas ao povo que vive no campo. Nesse sentido, queremos resgatar o papel do Estado brasileiro, que através deste e de outros ministérios deve promover o acesso à terra.”

Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social, Assistência, Família e Combate à Fome

O senador e ex-governador do Piauí Wellington Dias foi escolhido para comandar o ministério responsável pelo tema que é prioridade no novo governo Lula: o combate à fome.

“Como já disse o presidente Lula, a gente vai começar fazendo as coisas possíveis. Daqui a pouco, a gente vai estar fazendo as impossíveis. É claro que a fome é o principal, mas nós estamos querendo dignidade. Eu acho que essa é a palavra que mais tem que estar presente no nosso dia a dia.”


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