Os planos de saúde registraram um prejuízo operacional de R$ 11,5 bilhões em 2022, o pior patamar em 20 anos, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Essa crise tem provocado um efeito cascata no mercado, e as queixas de atraso em pagamentos estão aumentando entre os distribuidores e importadores de próteses, válvulas cardíacas e outros materiais especiais usados em tratamentos e cirurgias.
De acordo com a Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde (Abraidi), há mais de R$ 1 bilhão em vendas cujas notas fiscais ainda não foram emitidas, um aumento de quase 50% em relação ao ano passado.
Os hospitais também estão se queixando do atraso, atribuindo a responsabilidade aos planos. A prática de retenção de faturamento tem aumentado, onde o fornecedor entrega um produto para uma cirurgia, mas o comprador, que pode ser um plano de saúde ou um hospital, exige que ele atrase a emissão da nota fiscal.
A Abraidi afirma que os fornecedores aceitam postergar o faturamento porque têm receio de retaliação comercial dos compradores, que geralmente são companhias maiores com poder de compra fortalecido. A entidade diz que a prática posterga o reconhecimento de dívidas com fornecedores, podendo gerar uma falsa impressão positiva nos balanços de hospitais e planos.
Como a crise financeira das empresas privadas que fornecem planos de saúde está correlacionada com a Concentração de Renda e a Sociedade Disfuncional do Brasil
A crise financeira das empresas privadas que fornecem planos de saúde está correlacionada com a concentração de renda e a sociedade disfuncional do Brasil de diversas maneiras.
A concentração de renda no Brasil limita o acesso da população a serviços de saúde de qualidade, o que pode aumentar a demanda por planos de saúde privados. Como a maioria da população brasileira não tem condições de pagar por planos de saúde privados, isso leva a uma situação em que as empresas de planos de saúde atendem principalmente a uma minoria privilegiada, fator que resulta na redução da base de clientes e, consequentemente, em crise financeira para o setor.
Além disso, a sociedade disfuncional do Brasil, caracterizada por altos índices de violência, corrupção e instabilidade política, pode afetar negativamente as empresas de planos de saúde de várias maneiras. Por exemplo:
- A violência pode aumentar o número de casos de trauma, o que pode aumentar os custos para as empresas de planos de saúde.
- A corrupção pode limitar a capacidade do governo de regulamentar o setor de saúde de forma eficaz, o que pode criar um ambiente de negócios desfavorável para as empresas de planos de saúde.
- A instabilidade política também pode gerar incertezas e inseguranças no mercado, o que pode afetar negativamente o desempenho financeiro das empresas.
Por fim, a crise financeira das empresas de planos de saúde pode ter implicações negativas para a saúde da população brasileira como um todo. Por exemplo, pode levar a uma redução da qualidade dos serviços de saúde oferecidos pelos planos de saúde, o que pode afetar negativamente a saúde dos beneficiários desses planos. Além disso, pode levar a um aumento na demanda por serviços de saúde públicos, o que ampliando a sobrecarga de de demanda do Sistema Único de Saúde do Brasil (SUS).
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