Aquecimento causado pelas mudanças climáticas na Europa já é o maior do mundo, diz relatório

Planeta inteiro registrou um aumento de temperatura de quase 1,2°C devido às emissões de gases de efeito estufa.
Planeta inteiro registrou um aumento de temperatura de quase 1,2°C devido às emissões de gases de efeito estufa.

A Europa é o continente que registra o ritmo de aquecimento provocado pelas mudanças climáticas mais acelerado no mundo. A temperatura média do continente já é 2,3ºC superior à da era pré-industrial, alerta o professor Petteri Taalas, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM). O dado é citado em um relatório publicado pela ONU e pelo programa europeu Copernicus, nesta segunda-feira (19/06/2023).

“A Europa é a região do mundo que está esquentando mais rapidamente”, diz Taalas.

O planeta inteiro registrou um aumento de temperatura de quase 1,2°C devido às emissões de gases de efeito estufa. Isso significa que, do Estreito de Gibraltar aos Urais, o ritmo de aquecimento é duas vezes maior.

Segundo a OMM, a Europa contava, em novembro, com um aumento de temperatura de cerca de +0,5ºC grau por década. Ou seja, duas vezes mais rápido do que a média do restante das cinco regiões meteorológicas mundiais.

Na maior parte do continente, “as temperaturas elevadas exacerbaram as secas intensas e violentas, alimentadas por violentos incêndios florestais, responsáveis pela segunda maior superfície queimada já medida no continente até hoje”, afirma Taalas.

Segundo a base de dados da OMM, em 2022, os fenômenos meteorológicos, hidrológicos e climáticos na Europa afetaram diretamente 156.000 pessoas e causaram 16.365 mortes, provocadas quase exclusivamente pelas ondas de calor.

Seca na Península Ibérica

Os prejuízos econômicos, principalmente relacionados a enchentes e tempestades, foram estimados em cerca de US$ 2 bilhões em 2022 (R$ 10,4 bilhões, na cotação da época), bem menos do que os US$ 50 bilhões de 2021 (R$ 279 bilhões, na cotação da época), que registrou enchentes excepcionais.

O termômetro foi subindo e as chuvas ficaram abaixo do normal em grande parte do continente.

“Este é o quarto ano consecutivo de seca na Península Ibérica e o terceiro nas regiões montanhosas dos Alpes e dos Pireneus”, explica o relatório.

A França sofreu a pior seca já registrada desde 1976, entre janeiro e setembro, e o Reino Unido teve o período mais seco entre janeiro e agosto. Já as geleiras alpinas sofreram “uma perda de massa recorde em um ano, que resultam da pouca neve durante o inverno, de um verão muito quente e da chegada da areia do Saara”.

Episódios frequentes

Desde 1997, as geleiras europeias perderam cerca de 880 km3 de neve. A temperatura média da superfície do mar no Atlântico Norte foi a mais quente já registrada. O ano de 2022 “infelizmente não é um caso único ou uma anomalia climática”, comentou Carlo Buontempo, diretor do Observatório da Mudança Climática Copernicus (C3S) da União Europeia (UE).

O ano “fez parte de uma tendência que tornará os episódios extremos de estresse térmico mais frequentes e intensos”, acrescentou. Em 2021, o ano mais recente com uma série completa de dados, a concentração dos três principais gases do efeito estufa (carbono, metano e óxido de nitrogênio) atingiu níveis recordes. Essas emissões continuaram aumentando em 2022, de acordo com dados parciais.

Os únicos dados positivos do relatório estão relacionados às energias solar e eólica. Pela primeira vez, juntas, elas produziram mais eletricidade (22,3%) do que o gás de origem fóssil (20%) e o carvão (16%).

*Com informações da RFI.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.