Presidente Lula defende inclusão do Irã no Brics e diz que cúpula foi ‘civilizatória’ ao fortalecer Sul Global

Em entrevista coletiva, presidente Lula comemora avanço do Brics e que países emergentes deverão "ser tratados com igualdade de condições" pelos ricos.
Em entrevista coletiva, presidente Lula comemora avanço do Brics e que países emergentes deverão "ser tratados com igualdade de condições" pelos ricos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou sua satisfação nesta quinta-feira (24/08/2023) em relação à decisão do Brics de convidar mais seis países, incluindo o Irã, para se unirem ao grupo das potências emergentes. Lula afirmou que a escolha dos novos membros reflete a importância geopolítica desses países no cenário global. Em uma coletiva de imprensa, o presidente destacou a relevância desse marco e ressaltou a necessidade de igualdade nas relações entre os blocos.

Lula demonstrou entusiasmo ao comentar a ampliação do Brics, apelidada de Brics+. Ele comparou a evolução do grupo com o crescimento de um filho, enfatizando que o Brics já não é mais visto como um coletivo emergente, mas sim como uma voz do Sul Global. Ele declarou:

“Nós éramos chamados de terceiro mundo. Depois, de países em vias de desenvolvimento. E agora, nós somos o Sul Global. Veja que pomposo”.

O presidente brasileiro destacou a importância de um diálogo mais igualitário entre as nações desenvolvidas e em desenvolvimento. Ele considera o G7, composto por países ricos, como tendo tido seu papel no passado, mas agora enfatiza a necessidade de diálogo com o Brics, onde todos são tratados de maneira equitativa. Lula sugeriu a possibilidade de futuras reuniões entre os dois blocos para debater questões como comércio, ciência, tecnologia e democracia.

O presidente recordou a criação do Brics e como muitos não acreditavam em seu potencial, tornando o progresso atual um avanço extraordinário. Ele caracterizou a reunião como “civilizatória”, destacando que os países em desenvolvimento têm o direito de expressar seus desejos e necessidades.

Em relação à escolha do Irã, Lula negou motivações ideológicas e enfatizou a relevância geopolítica do país. Ele elogiou o fato de o Irã estar buscando acordos com outros países árabes, como a Arábia Saudita, destacando essa mudança de comportamento como algo positivo. Lula também enfatizou a importância da Rússia, China e Irã em qualquer arranjo político, considerando-os peças essenciais em qualquer diálogo internacional.

Quando questionado sobre a posição da Argentina, Lula esclareceu que os convites foram feitos aos Estados, não aos governantes. Ele reconheceu que a decisão de ingressar no Brics caberá ao futuro presidente argentino, independente de quem seja eleito. Sobre a oposição manifestada pelo candidato extremista Javier Milei, Lula enfatizou que o Brasil negociará com o Estado argentino, independente de quem esteja no poder.

Após a coletiva, o presidente Lula seguiu para Luanda, capital de Angola, como parte de sua viagem pela África. A jornada incluirá a participação na 14ª Conferência de Chefes de Estado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, encerrando-se em São Tomé e Príncipe no próximo domingo (27).

*Com informações da RFI.


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