Brasil assume a presidência do G20 com foco na desigualdade e mudanças climáticas

Em uma cerimônia simbólica ocorrida neste domingo (10/09/2023) durante o encerramento da 18ª Cúpula de Chefes de Governo e Estado do G20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o martelo de madeira que marca o início da presidência brasileira no grupo que reúne algumas das maiores economias do mundo. Em seu discurso, o presidente brasileiro destacou a importância de priorizar o combate à desigualdade global, a transição energética e o desenvolvimento sustentável, bem como a reforma do sistema de governança internacional.

Lula reafirmou a centralidade da redução das desigualdades na agenda internacional e destacou as três principais prioridades do Brasil ao assumir a presidência do G20, que será exercida de dezembro de 2023 a novembro de 2024. As prioridades incluem o combate à fome, pobreza e desigualdade; a transição energética e o desenvolvimento sustentável nas dimensões econômica, social e ambiental; e a reforma do sistema de governança internacional.

Para enfrentar a desigualdade global, o presidente brasileiro anunciou a criação de duas forças-tarefa dentro do G20: a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, e a Mobilização Global contra a Mudança do Clima. Ele enfatizou a urgência de alcançar a meta de erradicar a fome no mundo até 2030 e a necessidade de ação política e recursos para combater as mudanças climáticas.

Além das questões de desigualdade e mudança climática, Lula defendeu a reforma das instituições de governança internacional, incluindo uma maior participação dos países emergentes no Banco Mundial e no Fundo Monetário Internacional, a solução da insustentável dívida externa dos países mais pobres e a revitalização da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Durante seu mandato, o Brasil organizará mais de 100 reuniões oficiais, incluindo cerca de 20 reuniões ministeriais e a 19ª Cúpula de chefes de Estado e governo do G20, que ocorrerá em novembro de 2024, no Rio de Janeiro. Para garantir que o G20 atue de forma inclusiva e coerente, o Brasil pretende coordenar as trilhas política e de finanças, ouvir a sociedade e evitar que questões geopolíticas prejudiquem a agenda do grupo.

O G20, composto por 19 das maiores economias do mundo e a União Europeia, é um fórum crucial para a cooperação global e a tomada de decisões sobre questões econômicas e financeiras. A presidência brasileira representa uma oportunidade única de liderar esforços para um mundo mais justo e sustentável.

Lula encerrou seu discurso agradecendo à Índia pela organização da cúpula e convidou os líderes do G20 para a próxima cúpula no Rio de Janeiro em 2024, enfatizando seu compromisso em alcançar resultados significativos durante seu mandato.