O Brasil deu um passo significativo em sua cooperação nuclear com a Rússia ao realizar uma compra histórica de urânio enriquecido. Pela primeira vez desde 1999, o Brasil importou urânio enriquecido da Rússia, marcando uma nova era na colaboração entre esses dois países no setor nuclear.
A transação, no valor de US$ 72 milhões (R$ 354 milhões), faz parte de um acordo mais amplo firmado no ano passado entre a Corporação Estatal de Energia Nuclear russa Rosatom e as Indústrias Nucleares do Brasil. O contrato prevê o fornecimento de urânio enriquecido para a usina nuclear Angra, no Brasil, de 2023 a 2027.
Angra e a energia nuclear Brasileira
A usina nuclear de Angra dos Reis, localizada no estado do Rio de Janeiro, é a única usina nuclear em operação no Brasil. Ela é uma parte vital da matriz energética do país, gerando eletricidade com base na fissão nuclear. A entrada da Rússia como fornecedora de urânio enriquecido é vista como uma estratégia para garantir o suprimento de combustível nuclear para a usina brasileira.
Além do urânio enriquecido, o Brasil também importou 27,1 toneladas de urânio enriquecido da Rússia neste inverno, avaliadas em US$ 18,9 milhões (R$ 92,9 milhões). O país sul-americano também adquiriu 26,9 toneladas de urânio natural, no valor de US$ 52,7 milhões (R$ 259,3 milhões). Essas importações marcam uma mudança significativa nas práticas do Brasil, já que os dados anteriores mostram que o país não importava urânio enriquecido desde 1999 e urânio natural desde 1998.
No ano passado, antes da transação com a Rússia, o Brasil importou urânio natural de outros países, incluindo Reino Unido, Cazaquistão e Canadá, bem como urânio enriquecido de Reino Unido, Alemanha, Suécia e Estados Unidos. A diversificação de fornecedores reflete a importância da energia nuclear para o Brasil e sua busca por garantir um fornecimento confiável de urânio.
Cooperação nuclear de longa data
A cooperação nuclear entre o Brasil e a Rússia não é nova. O primeiro acordo no setor nuclear foi assinado em 1993, e essa parceria tem continuado a crescer ao longo dos anos. A Rosatom, empresa estatal russa de energia nuclear, desempenhou um papel vital na cooperação bilateral, fornecendo produtos isotópicos para a medicina nuclear brasileira e se envolvendo no ciclo do combustível nuclear.
Essa colaboração em constante expansão demonstra a importância da energia nuclear na matriz energética do Brasil e seu compromisso em garantir um fornecimento seguro de combustível nuclear para suas usinas. A transação recente com a Rússia é um marco significativo nessa jornada contínua de cooperação e pode ter implicações importantes para o futuro da energia nuclear no Brasil e na América Latina.
*Com informações da Sputnik News.
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