A proporção de famílias endividadas no Brasil manteve-se em 77,4% em setembro de 2023, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Esse número representa o nível mais baixo de endividamento desde junho de 2022 e sugere uma tendência de estabilidade. No entanto, a pesquisa apontou um aumento de 0,3 ponto percentual no endividamento entre as famílias de renda mais baixa, aquelas que ganham até três salários mínimos.
A CNC destacou que o aumento nas famílias de renda mais baixa é preocupante, uma vez que também se observou um aumento na inadimplência nesse grupo. Cerca de 38,6% desses consumidores admitiram ter dívidas em atraso, representando um aumento de 0,7 ponto percentual em relação ao mês anterior. Isso marca o nível mais alto de inadimplência desde novembro de 2022. Além disso, a pesquisa revelou que 18,3% dos consumidores de baixa renda afirmam não ter condições de pagar dívidas antigas, o maior percentual da série histórica.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, enfatizou a importância da estabilidade geral no endividamento das famílias no país para a construção de um cenário econômico favorável. Contudo, ele expressou preocupação com o aumento da inadimplência nas faixas de renda mais baixa. Tadros também mencionou a questão dos juros elevados no cartão de crédito como um desafio para os consumidores e o comércio. A pesquisa mostrou que 86,2% dos endividados têm contas a pagar com cartão de crédito, que continua sendo a modalidade predominante.
A Peic também destacou que os juros do rotativo do cartão atingiram níveis alarmantes, com uma média de 445,7% ao ano. Esse é o maior aumento entre todas as modalidades de dívida. A pesquisa ainda indicou um aumento na concessão de crédito no cartão em relação a agosto de 2022.
As mulheres mostraram uma tendência a optar por dívidas no consignado, que tem taxas de juros mais baixas, e buscar alternativas fora das linhas de crédito tradicionais. A proporção de mulheres endividadas manteve-se estável em 79,1%, enquanto a dos homens teve um leve recuo. Mais mulheres (30,6%) relataram dificuldades em quitar dívidas em comparação com os homens (29,6%). A situação do endividamento no Brasil continua sendo uma preocupação, especialmente nas faixas de renda mais baixa, destacando a necessidade de ações que visem a redução da inadimplência e a promoção de condições econômicas mais favoráveis.
*Com informações da Agência Brasil.
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