
A Bahia se destaca como o estado mais negro do Brasil, com impressionantes 80,8% de sua população se autodeclarando preta ou parda, conforme dados da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). Essa estatística, obtida a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do IBGE para 2022, revela uma realidade demográfica única, contrastando significativamente com os índices nacionais (55,9%) e regionais do Nordeste (73,9%). Além da composição populacional, a pesquisa abrange indicadores socioeconômicos, destacando desafios educacionais e disparidades no mercado de trabalho que refletem o profundo desequilíbrio racial na Bahia.
Perfil Demográfico e Nacional
A Bahia desponta com 80,8% de sua população autodeclarada preta ou parda, superando a média nacional e nordestina. No entanto, embora lidere em termos percentuais, o estado concentra 10,1% da população negra do país, ficando atrás de São Paulo e Minas Gerais.
Educação e Desigualdades
A desigualdade entre brancos e negros se reflete na educação, evidenciada por dados de evasão escolar e anos de estudo. Em 2022, a Bahia apresentou disparidades educacionais, com uma diferença de 5,4 pontos percentuais entre negros e brancos no grupo de 25 anos ou mais, indicando maior vulnerabilidade da população negra.
Desemprego e Trabalho Informal
O mercado de trabalho na Bahia destaca-se por disparidades raciais. Embora os negros representem 81,3% da força de trabalho, estão sobrerrepresentados em indicadores negativos, como desocupação (85,3%) e informalidade (54,1%). As mulheres negras enfrentam desafios adicionais, com uma taxa de desocupação de 19,1%, superando as demais categorias.
Trabalho Doméstico e Desigualdades de Gênero
A informalidade atinge seu ápice no trabalho doméstico sem registro em carteira, onde as mulheres negras compõem impressionantes 83,2% do total de trabalhadores informais. Além disso, o desalento, indicando disponibilidade para o trabalho, mas falta de ações devido a razões específicas de mercado, afeta mais intensamente pessoas negras.
Disparidade Salarial
A remuneração revela desequilíbrios gritantes, com os brancos na Bahia ganhando 41,9% mais do que a média de pretos e pardos. A análise por gênero aprofunda a disparidade, destacando que as trabalhadoras brancas ganham 51,0% a mais do que suas contrapartes negras.
A Bahia, ao ser reconhecida como o estado mais negro do Brasil, não apenas enfrenta desafios demográficos, mas também expõe profundas disparidades socioeconômicas que exigem atenção e ações concretas para promover a igualdade racial e social em diversas esferas da sociedade baiana.
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