A Organização das Nações Unidas para Ciência e Cultura, Unesco, revelou nesta quarta-feira (20/12/2023) dados alarmantes sobre a mortalidade de jornalistas em zonas de conflito durante o ano de 2023, apontando um aumento significativo em comparação com os últimos três anos. Dos 65 profissionais da imprensa mortos este ano, pelo menos 38 perderam a vida em países marcados por confrontos armados, indicando uma tendência preocupante.
A crise Israel-Palestina é identificada como a principal responsável pela maioria das mortes relacionadas a conflitos, com 19 assassinatos registrados na Palestina, três no Líbano e dois em Israel desde outubro. Outros países, como Afeganistão, Camarões, Síria e Ucrânia, também testemunharam múltiplos casos de jornalistas mortos. O último trimestre de 2023, em particular, já se configura como o período mais letal para jornalistas em zonas de conflito desde 2007, com um total de 27 mortes.
Embora o número total de mortes de jornalistas tenha diminuído de 88 para 65, a Unesco destaca uma preocupação crescente com o aumento acentuado de mortes em áreas de guerra. A diretora-geral da agência, Audrey Azoulay, enfatizou a vitalidade do trabalho dos jornalistas em situações desafiadoras e reiterou o apelo pela proteção dos profissionais, conforme estipulado no direito internacional.
O relatório da Unesco também destaca as ameaças enfrentadas pelos jornalistas, que vão além dos assassinatos e incluem danos a infraestrutura e escritórios de mídia, ataques físicos, detenções e confisco de equipamentos. Esse ambiente hostil resulta na criação de “zonas de silêncio” ao redor de muitas áreas de conflito, impactando significativamente o acesso à informação.
Apesar de um declínio significativo nos assassinatos fora das zonas de conflito, especialmente na América Latina e no Caribe, a Unesco reforça seu compromisso com a proteção dos jornalistas em todo o mundo. A agência coordena o Plano de Ação da ONU sobre a Segurança dos Jornalistas e a Questão da Impunidade, além de condenar e monitorar judicialmente cada assassinato, promovendo treinamentos e colaborando com governos para desenvolver políticas de apoio.
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