Uma onda de ataques mortais contra pessoas sem-teto nos Estados Unidos está colocando em foco os desafios enfrentados por uma população que cresceu aproximadamente 12% desde 2022, segundo um relatório divulgado em dezembro de 2023 pelas autoridades americanas. A preocupação se intensificou com a recente prisão de um suposto assassino em série em Los Angeles e o caso de um homem na Califórnia que filmou a si mesmo atirando em um sem-teto.

A pesquisa anual Point In Time, realizada em janeiro de 2023, identificou 653.104 pessoas em situação de rua. Esse aumento alarmante ocorre em paralelo aos ataques, evidenciando a vulnerabilidade crescente dessa população.

O Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano dos EUA declarou que esse é o maior número de pessoas sem-teto desde 2007. O recente surto de ataques fatais destaca os riscos enfrentados por essas pessoas, muitas das quais são alvo de violência sem aviso prévio. A cidade de Los Angeles, em particular, testemunhou quase um quarto das vítimas de homicídios em 2022 sendo desabrigadas, um número desproporcional em relação à representação dessa população, que corresponde a 1,2% da cidade.

Especialistas apontam para o estigma, condições habitacionais inadequadas e violência de gangues como fatores que contribuem para a criação de um ambiente perigoso para os sem-teto.

O Reverendo Andy Bales, presidente da instituição de caridade cristã Union Rescue Mission, destaca que o aumento da população de rua leva a ambientes mais densos, aumentando as tensões e a violência. Esforços governamentais para abordar a crise de moradia incluíram investimentos milionários, mas os desafios persistem.

O término de subsídios pós-pandemia, o aumento dos aluguéis e a oferta insuficiente de moradias contribuem para a persistência do problema. O aumento da população sem-teto reflete não apenas em estatísticas, mas em vidas perdidas, evidenciando a urgência de enfrentar essa questão complexa.

*Com informações da BBC Brasil.