O Haiti, país caribenho que já enfrenta desafios significativos, está imerso em uma espiral crescente de violência, conforme alerta a representante especial do secretário-geral da ONU para o Haiti, María Isabel Salvador. Em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, ela destacou que o país atingiu um “ponto crítico” devido a um aumento sem precedentes de raptos, estupros e outros crimes cometidos por grupos armados.
De acordo com o Escritório Integrado das Nações Unidas no Haiti (Binuh), em 2023, foram documentadas mais de 8,4 mil vítimas diretas de violência de gangues, representando um alarmante aumento de 122% em relação a 2022. A capital, Porto Príncipe, foi palco de cerca de 83% dos assassinatos e ferimentos.
A representante enfatizou que as gangues não apenas buscam controlar zonas estratégicas por meio de ataques em grande escala, mas também recorrem sistematicamente à violência sexual, colocando mulheres, meninas e crianças em risco. A violência generalizada, o deslocamento e a perda de meios de subsistência têm deixado milhares de crianças vulneráveis ao recrutamento por gangues.
A situação tornou-se tão crítica que a Agência da ONU para Refugiados (Acnur) no Brasil está se preparando para um possível fluxo migratório de haitianos. Davide Torzilli, representante do Acnur, destacou a preocupante situação no Haiti, indicando que a violência e o controle territorial pelas gangues estão dificultando a mobilidade da população. O Brasil, desde julho do ano passado, tem um Plano de Ação para proteger e integrar a população refugiada, especialmente os haitianos já presentes no país.
Na reunião do Conselho de Segurança, María Isabel Salvador destacou os esforços da Binuh para fortalecer a capacidade da Polícia Nacional Haitiana, focando em treinamento e reforço da inteligência. No entanto, a falta de pessoal é um desafio significativo, com um número considerável de policiais deixando a instituição em 2023. A representante da ONU instou os Estados-membros a contribuírem generosamente para o envio da Missão Multinacional de Apoio à Segurança (MSS), aprovada pelo Conselho de Segurança em 2023, que deve colaborar com a Equipe Humanitária do País para garantir ações alinhadas e a proteção dos civis.
*Com informações da ONU News.
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