Entenda como os preços dos combustíveis se comportaram em 2023

Influências internas e externas moldaram a jornada dos preços dos combustíveis no Brasil ao longo do ano.
Influências internas e externas moldaram a jornada dos preços dos combustíveis no Brasil ao longo do ano.

O ano de 2023 foi marcado por oscilações nos preços dos combustíveis no Brasil, refletindo cenários internos e externos que impactaram diretamente o bolso dos consumidores. No âmbito interno, mudanças na cobrança de tributos e a nova política de preços da Petrobras foram fatores determinantes. Por outro lado, incertezas nas principais economias globais e as consequências da guerra na Ucrânia também contribuíram para a trajetória dos preços.

A inflação acumulada até novembro atingiu 4,04%, sendo que os combustíveis registraram uma alta expressiva de 8,92%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A gasolina desempenhou um papel significativo nesse aumento, contribuindo com 12,47%, enquanto o etanol, diesel, gás natural veicular (GNV) e botijão de gás apresentaram variações distintas.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) acompanhou os preços médios de revenda nos postos ao longo do ano. De janeiro a dezembro, o litro da gasolina comum subiu de R$ 5,12 para R$ 5,61, enquanto o etanol teve uma redução de R$ 4,01 para R$ 3,51. O diesel passou de R$ 6,41 para R$ 5,95, o GNV recuou de R$ 4,77 para R$ 4,44 o metro cúbico (m³), e o botijão de 13 quilos teve uma queda de R$ 108,50 para R$ 100,96.

A Petrobras, principal produtora de petróleo e derivados do país, desempenhou um papel crucial na formação dos preços. Até maio, a estatal seguia a política de Preço de Paridade Internacional (PPI), vinculando os valores no Brasil ao mercado internacional. Entretanto, a mudança para uma política que considera condições nacionais permitiu à empresa ajustar os preços de forma mais estável ao longo de 2023.

Apesar do aumento identificado pelo IPCA, a Petrobras informou que os combustíveis ficaram mais baratos ao longo do ano. Em dezembro, a gasolina reduziu R$ 0,27 por litro, representando uma queda de 8,7%, enquanto o diesel teve uma redução de R$ 1,10 (22,5%). Essa mudança na política de precificação foi elogiada pelo presidente da estatal, Jean Paul Prates, que destacou a estabilidade proporcionada ao mercado.

A pressão política sobre os preços dos combustíveis também foi evidente, com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, expressando a necessidade de revisão dos valores. No entanto, a Petrobras refutou a ideia de pressões do presidente Lula para conter os preços.

Externamente, dois fatores contribuíram para uma tendência de queda nos preços dos combustíveis no cenário internacional. A conjuntura econômica, com os Estados Unidos aumentando as taxas de juros, e as dúvidas sobre o crescimento da China influenciaram a demanda por petróleo. Além disso, a guerra na Ucrânia levou a embargos à compra de petróleo russo pela União Europeia e G7, resultando em uma oferta mais abundante a preços mais baixos.

Olhando para o futuro, especialistas destacam a incerteza sobre os preços dos combustíveis em 2024, com variáveis internas e externas desempenhando papéis cruciais. A reoneração dos combustíveis, a exploração na Margem Equatorial e a entrada do Brasil na Opep+ são questões que podem influenciar o mercado, mas sua magnitude permanece incerta.

*Com informações da Agência Brasil.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.