O ano de 2023 na América Latina foi marcado por uma série de desafios que colocaram à prova a estabilidade democrática e intensificaram as tensões geopolíticas na região. Com uma expectativa de crescimento econômico de apenas 1,7%, dificuldades fiscais e incertezas políticas, especialistas apontam para um período conturbado. A possibilidade de um retorno à guinada à esquerda, característica dos anos 2000, também ficou em xeque.
A professora de relações internacionais da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Flavia Loss, avalia que, embora tenha havido algumas vitórias significativas para governos progressistas na manutenção da democracia, o cenário foi marcado por inúmeros problemas. O Brasil, por exemplo, testemunhou protestos e ataques após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, culminando em eventos que desafiaram as instituições democráticas em 2023.
A violência política estendeu-se por diversos países, como o Equador, onde o candidato à presidência Fernando Villavicencio foi assassinado durante a campanha eleitoral. No Peru, manifestações foram reprimidas pelo governo, gerando uma fratura na sociedade. Na Bolívia, a crise econômica e a perda de popularidade levaram à expulsão do presidente Luis Arce de seu próprio partido, abrindo caminho para o ex-presidente Evo Morales se candidatar em 2025.
No Chile, a rejeição da proposta de uma nova constituição gerou um impasse político, enquanto no Uruguai, a estabilidade foi desafiada pela pressão pela abertura da política comercial. O México, sob a liderança do presidente Andrés Manuel López Obrador, busca consolidar-se como líder na América Latina, mas enfrenta desafios na política doméstica.
A disputa territorial entre Venezuela e Guiana sobre Essequibo ganhou destaque devido à descoberta de reservas de petróleo, provocando tensões na América do Sul. A mediação do Brasil e da CELAC atenuou momentaneamente o conflito. Na Argentina, a eleição de Javier Milei, com promessas de dolarização e redução de gastos públicos, trouxe incertezas sobre as relações exteriores.
Apesar dos desafios, Alberto Dias Mendes, pesquisador do Núcleo de Estudo das Américas da UERJ, destaca que a América Latina, como parte do Sul Global, está em ascensão na geopolítica mundial, representando países produtores de riqueza.
*Com informações da Sputnik News.
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