Em um cenário paradoxal, a população imigrante brasileira em Portugal contribuiu com mais de 300 milhões de euros para a Seguridade Social do país em 2023, ao mesmo tempo em que enfrenta um aumento expressivo de mais de 500% nas denúncias de xenofobia entre 2017 e 2021, conforme dados da Comissão para a Igualdade e contra a Discriminação Racial de Portugal. Especialistas apontam para uma complexa teia de discriminação enraizada no colonialismo e na visão eurocêntrica de superioridade.
A professora Giuliana Redin, coordenadora do Grupo de Pesquisa, Ensino e Extensão Direitos Humanos e Mobilidade Humana Internacional (Migraidh), destaca que mesmo profissionais qualificados enfrentam crescente hostilidade, refletindo uma visão colonizadora que persiste na sociedade portuguesa. A vice-presidente da Casa do Brasil de Lisboa, Ana Paula Costa, ressalta que a xenofobia é sistêmica e afeta imigrantes brasileiros independentemente de sua classe social.
A situação habitacional aprofunda as dificuldades para os imigrantes brasileiros, com altos custos de caução e aluguel, além de obstáculos que não afetam da mesma forma os portugueses. A vice-diretora da Casa do Brasil de Lisboa, Ana Paula Costa, aponta para casos em que senhorios exigem até 12 meses de caução. A crise de moradia afeta, especialmente, os imigrantes, muitos dos quais acabam em situação de rua ou abrigos temporários.
O racismo estrutural, evidenciado pelo tratamento diferenciado entre imigrantes brasileiros brancos e africanos, é um ponto crucial. Ana Paula Costa destaca o estereótipo e a segregação racial presentes na sociedade portuguesa. A resistência das universidades, comunidade acadêmica e até reitorias à presença de imigrantes, somada ao preconceito linguístico, perpetua a xenofobia. O alto índice de denúncias aponta para uma urgência na mudança de perspectivas e políticas públicas mais inclusivas.
*Com informações da Sputnik News.
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