Desde a fuga dos detentos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) na última quarta-feira (14/02/2024), uma operação de busca intensa está em curso, mobilizando uma equipe composta por 100 agentes da Polícia Federal, 100 da Polícia Rodoviária Federal e mais 100 agentes das forças policiais locais. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, destacou que todos os esforços, incluindo a utilização de três helicópteros (um da Polícia Federal, um da Polícia Rodoviária Federal e um do governo do Rio Grande do Norte) e drones, estão concentrados na recaptura dos fugitivos.
Segundo informações do ministro, há uma crença de que os fugitivos permanecem em um raio de 15 quilômetros do presídio, abrangendo uma zona rural. A análise das câmeras de vigilância não revelou a presença de veículos que os tenham resgatado após ultrapassarem a grade do presídio. Lewandowski enfatizou a ausência de relatos de furto ou roubo de veículos na região, levando a crer que os fugitivos ainda estejam na área circundante.
No decorrer das operações, uma casa rural nas proximidades foi invadida, resultando no furto de roupas e alimentos. O ministro associou esse incidente aos fugitivos, sugerindo que estão tentando sobreviver na região. O afastamento imediato da direção da Penitenciária Federal em Mossoró foi determinado pelo ministro, com a nomeação de Carlos Luis Vieira Pires, ex-diretor da Penitenciária Federal de Catanduvas (PR), como interventor.
A Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) foram acionadas para apoiar as investigações. Os fugitivos foram incluídos no Sistema de Difusão Vermelha da Interpol e no sistema de proteção de fronteiras.
Em paralelo à operação de captura, duas investigações estão em andamento: uma de natureza administrativa, visando responsabilidades disciplinares, e um inquérito policial conduzido pela Polícia Federal, focado em responsabilidades criminais e possível participação de terceiros na facilitação da fuga.
Ministro Ricardo Lewandowski aponta série de falhas na segurança da Penitenciária Federal de Mossoró.
A fuga dos detentos Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento da Penitenciária Federal de Mossoró revelou uma série de falhas no sistema de segurança da unidade. Os presos utilizaram um alicate encontrado em meio a uma obra em andamento na prisão para cortar grades e efetuar a fuga. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, destacou que a unidade estava passando por uma reforma interna, e os equipamentos não foram armazenados adequadamente, proporcionando fácil acesso aos detentos.
Lewandowski apontou diversas lacunas que contribuíram para a fuga, incluindo defeitos na construção do presídio. A luminária da cela, por exemplo, estava protegida apenas por uma estrutura de alvenaria comum, permitindo aos detentos alcançar o teto do shaft, onde tubulações, fiações e máquinas facilitaram a evasão. A ausência de lajes, grades e sistemas de proteção nesse local evidenciou a negligência na estrutura prisional.
Os presos também contornaram facilmente um tapume de metal, usando os alicates para cortar as grades que levavam à parte externa. Falhas nas câmeras de vigilância e lâmpadas defeituosas, que poderiam detectar a fuga, adicionaram-se às circunstâncias propícias para a evasão. O ministro ressaltou que a fuga, ocorrida em uma terça-feira de carnaval, não parece ter sido orquestrada externamente, sendo uma consequência de uma série de coincidências negativas.
Apesar da preocupação gerada, Lewandowski assegurou que a situação é episódica e localizada, não comprometendo a segurança geral dos presídios federais. Ele expressou confiança na recaptura dos fugitivos em breve, enquanto medidas corretivas são implementadas para fortalecer a segurança da unidade.
Estado do Rio de Janeiro em Alerta
fuga dos dois detentos da Penitenciária Federal de Mossoró, considerada a primeira de um presídio de segurança máxima, agora suscita preocupações no Rio de Janeiro. As autoridades de segurança cariocas, lideradas pelo governador Cláudio Castro, estão monitorando de perto a possível chegada dos fugitivos ao estado. O governador confirmou a informação nesta quinta-feira (15), ressaltando a seriedade do acompanhamento em curso.
O secretário estadual da Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Marinho Pires, enfatizou que o monitoramento ultrapassa as fronteiras do Rio de Janeiro, envolvendo cooperação e comunicação com outras unidades federativas. Desde o momento do ocorrido, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) esteve em alerta, coordenando esforços com a Polícia Militar e estabelecendo contato com as polícias de diferentes estados.
“Nós estamos em um processo de monitoramento contínuo, e a inteligência da Polícia Civil está ativamente envolvida na operação”, destacou o secretário. O estado do Rio de Janeiro, alinhado com outras regiões, permanece em estado de alerta diante da possibilidade de deslocamento dos fugitivos.
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