Operação Tempus Veritatis na sede do Partido Liberal gera críticas de senadores e questionamentos sobre isenção do ministro do STF Alexandre de Moraes

Ao lado de parlamentares da oposição, líder da oposição senador Rogerio Marinho (PL-RN) concede entrevista sobre a Operação Tempus Veritatis deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (08/02/2024).
Ao lado de parlamentares da oposição, líder da oposição senador Rogerio Marinho (PL-RN) concede entrevista sobre a Operação Tempus Veritatis deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (08/02/2024).

Na tarde desta quinta-feira (08/02/2024), o Senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, expressou preocupação em relação à operação de busca e apreensão realizada na sede do Partido Liberal (PL). Durante uma coletiva à imprensa, Marinho alegou que a ação, conduzida pelo governo e pelo Judiciário, demonstra sinais de perseguição política. Além disso, questionou a imparcialidade do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, encarregado do inquérito.

“Quem é vítima não pode investigar, não tem imparcialidade, não tem isenção para estar à frente de um inquérito”, afirmou o senador. Acompanhado por outros membros da oposição, Marinho alertou para os riscos que essa situação representa para a democracia brasileira, alegando que o Partido Liberal é alvo por ser a principal força de oposição ao governo.

A operação, baseada, entre outros elementos, na delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, resultou em 33 mandados de busca e apreensão, quatro prisões preventivas e 48 medidas cautelares, abrangendo 9 estados e o Distrito Federal. Figuras próximas ao presidente, como os militares e ex-ministros Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, bem como o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, foram alvos. Alexandre de Moraes determinou ainda que o ex-presidente Bolsonaro entregue seu passaporte em até 24 horas.

Marinho ressaltou a importância de um processo isento em defesa da democracia, enfatizando que ninguém está acima da lei, incluindo ele próprio e os demais senadores presentes. Em contrapartida, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) negou associação do general Augusto Heleno com qualquer “Abin Paralela” e defendeu que as Forças Armadas não devem se omitir em irregularidades.

O senador Carlos Portinho (PL-RJ) afirmou que Bolsonaro nunca autorizou golpe algum, enquanto o senador Humberto Costa (PT-PE) anunciou nas redes sociais que enviará representação à Procuradoria Geral da República para investigar a participação do Partido Liberal em uma tentativa de golpe, ameaçando solicitar a cassação do registro do partido se a atuação criminosa for comprovada.

Pelas redes sociais, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) expressou a necessidade de provar até o óbvio diante das evidências sobre a conspiração para asfixiar a democracia. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI do 8 de Janeiro, elogiou a operação como resultado de uma investigação minuciosa e responsável, aguardando novos desdobramentos.

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