No cenário político global, a virada da década de 2000 marcou uma mudança radical na geopolítica. O analista Valdir da Silva Bezerra, em artigo publicado na Agência Sputnik Brasil, examina como a doutrina Bush moldou as relações entre Rússia e Ocidente, desencadeando uma série de eventos que ecoam até os dias atuais.
O autor pontua que poucos momentos são tão decisivos quanto a virada de uma década. Em uma tarde ensolarada de 1º de abril de 2008, o presidente ucraniano Viktor Yushchenko e seu colega americano, George W. Bush, caminharam diante de uma guarda de honra em Kiev, capital da Ucrânia. Poucos perceberiam naquela época que esse evento marcaria o início de uma transformação significativa nas relações geopolíticas entre Rússia e Ocidente na Europa.
O Pós-Guerra Fria: Era Clinton
O autor destaca a década de 1990 como um período em que a visão política em Washington estava voltada para a afirmação de valores comuns e a promoção da globalização econômica. Sob a liderança do presidente Bill Clinton, a ênfase estava na interdependência entre os países aliados americanos na Europa e Ásia, proporcionando apoio à hegemonia dos EUA e promovendo a democracia e economias de mercado.
O Contexto Internacional nos Anos 2000
Valdir da Silva Bezerra afirma que o início do século XXI marcou uma virada no pensamento político em Washington. A administração de George W. Bush, que teve como antecessor Bill Clinton, desencadeou uma série de intervenções militares em diferentes partes do mundo, desconsiderando o Conselho de Segurança das Nações Unidas. O resultado foi um aumento significativo na instabilidade internacional e nas incertezas, proporcionando um terreno fértil para a contestação da hegemonia americana.
Mudança de Abordagem: Chegada de George W. Bush
Com a chegada de George W. Bush ao poder no início dos anos 2000, Bezerra descreve uma mudança rápida na abordagem política externa. O ataque de 11 de setembro de 2001 desencadeou uma resposta ideologizada, marcando o renascimento do “neoconservadorismo” nos corredores da Casa Branca. A famosa frase “Quem não é conosco, é contra nós” resumia a nova política externa, onde os interesses geopolíticos passavam a prevalecer sobre os interesses econômicos.
George W. Bush, o 43º presidente dos Estados Unidos, ficou marcado por sua resposta agressiva aos ataques de 11 de setembro de 2001. O World Trade Center e o Pentágono foram os palcos que desencadearam uma revisão abrangente da política externa americana.
Desafios Emergentes: China e Rússia
A crescente influência política-militar da China na Ásia e o renascimento da Rússia sob Vladimir Putin complicaram ainda mais a situação. Bezerra destaca que a visão “neoconservadora” de Bush levou a um déficit de legitimidade para os Estados Unidos, à medida que a nação buscava impor seus objetivos geopolíticos globalmente, muitas vezes resultando em desastres catastróficos.
Desafios Emergentes e Desestabilização na Europa
Na Europa, a estabilidade estratégica alcançada a duras penas durante a Guerra Fria começou a ruir rapidamente. A instalação de defesas antimísseis na Polônia e Romênia, apresentada como uma proteção contra o Irã, foi vista por Moscou como uma ameaça direta e desestabilizadora.
O Reconhecimento Tardio na Europa e o Legado da Administração Bush
O Governo da Rússia compreendeu as reais intenções da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), utilizando os países vizinhos à Rússia como “plataformas” para minar sua segurança e posição no espaço pós-soviético.
Desafios Emergentes: China e Rússia
A crescente influência política-militar da China na Ásia e o renascimento da Rússia sob Vladimir Putin complicaram ainda mais a situação. Bezerra destaca que a visão “neoconservadora” de Bush levou a um déficit de legitimidade para os Estados Unidos, à medida que a nação buscava impor seus objetivos geopolíticos globalmente, muitas vezes resultando em desastres catastróficos.
O Legado do Neoconservadorismo
O artigo encerra enfatizando como a era Bush reavivou os princípios conservadores da década de 1980, colocando os Estados Unidos como o “portador da luz” e da civilização. Essa interpretação “neoconservadora” resultou em um uso desmedido do poder militar americano, deixando um legado de caos e desafios diplomáticos para as gerações subsequentes.
A doutrina Bush refletiu uma espécie de “imperialismo ativo” que buscava, pela força, difundir os “valores democráticos” nas regiões do Oriente Médio e Ásia Central.
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