A indústria química brasileira enfrenta uma crise profunda, marcada por um déficit comercial, aumento expressivo das importações e produção operando abaixo da capacidade, conforme revelam dados recentes da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). O último relatório da entidade destaca que desde 2007, a indústria química nacional não opera dentro dos parâmetros considerados normais para uma unidade desse segmento.
O aumento da competitividade internacional, particularmente devido aos preços mais atrativos oferecidos pelos países asiáticos, é apontado como um dos principais fatores contribuintes para a crise. De acordo com Fátima Giovanna Coviello Ferreira, diretora de Economia e Estatística da Abiquim, a penetração de produtos importados já representa 47% do mercado, sinalizando uma ameaça ao setor.
André Galhardo, economista-chefe da Análise Econômica de São Paulo, contextualiza o desequilíbrio econômico enfrentado não apenas pela indústria química, mas por diversos setores nacionais. Ele destaca a desaceleração econômica na Europa e a recessão técnica na Alemanha como fatores que impulsionam a China a buscar mercados alternativos, impactando diretamente as indústrias brasileiras.
A crescente importação de produtos mais baratos, especialmente da China, compromete a capacidade de competição da indústria nacional. Galhardo aponta que medidas de proteção, como o antidumping, podem ser adotadas pelo governo para impedir a entrada massiva de produtos estrangeiros no mercado doméstico. No entanto, a falta de competitividade frente aos preços praticados pelos asiáticos coloca em risco a estabilidade do setor.
O futuro da indústria química nacional é incerto, conforme alerta Fátima, enfatizando que o setor poderá enfrentar o fechamento de unidades produtivas e demissões. A diretora destaca a queda na produtividade ao longo dos anos e aponta para a necessidade de políticas públicas que protejam a indústria doméstica, minimizando os impactos do desequilíbrio enfrentado.
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