A Marcha da Família com Deus pela Liberdade, conhecida também como Marcha Paulista, ocorrida há seis décadas na Avenida Paulista, em São Paulo, permanece como um marco histórico que marcou o apoio popular ao golpe de 1964. Convocada por grupos conservadores e com o apoio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a manifestação reuniu aproximadamente 500 mil pessoas em um clamor contra o que classificavam como “ameaça comunista”.
O evento, ocorrido em 19 de março de 1964, foi organizado por entidades como a Campanha da Mulher pela Democracia e a União Cívica Feminina, contando com a simpatia de grande parte da imprensa da época. Sob um discurso anticomunista, a marcha expressou uma visão conservadora que defendia a intervenção militar na política como forma de evitar a suposta ameaça comunista representada pelo governo do presidente João Goulart.
A mobilização em São Paulo inspirou manifestações semelhantes em todo o país, ampliando a pressão contra o governo e preparando o terreno para o golpe de Estado que se concretizaria em 31 de março de 1964. Setores empresariais, religiosos e parte da cúpula militar apoiaram ativamente a deposição do presidente eleito, impulsionados pela atmosfera golpista criada pelas manifestações conservadoras.
O engajamento da sociedade civil, especialmente de grupos religiosos, como a união cívica feminina, e o apoio institucional de importantes entidades empresariais foram elementos-chave para o sucesso da marcha e sua influência sobre os rumos políticos do país naquele momento histórico.
*Com informações da DW.
Seja o primeiro a comentar