No meu dia a dia de trabalho avalio pessoas que se encontram em sofrimento emocional e que, em sua maioria, apresentam sintomas e prejuízos significativos a ponto de justificar o uso de alguma medicação.
Ao comunicar a adoção de estratégia medicamentosa, principalmente se a prescrição incluir algum tarja preta como Clonazepam ou Diazepam, comumente ouço: “mas esse remédio não vai me causar dependência?”
Amplamente prescritos a partir da década de 70, os tarja preta se mostraram eficazes no controle de sintomas como insônia e ansiedade, entretanto foi ficando claro que, se usados por períodos prolongados (uso diário por período acima de 3 meses), tendiam ao fenômeno da tolerância e perda de efeito, com necessidade de uso de doses cada vez maiores.
Seu uso pontual é seguro e bem indicado em momentos específicos do tratamento, muitas vezes necessário. O perigo está no uso prolongado, sem acompanhamento médico criterioso. Não é incomum ouvir de pacientes que é fácil adquirir a medicação sem receita em algumas farmácias.
Se você recebeu prescrição de algum tarja preta e não iniciou seu uso por medo de dependência, converse com seu médico, esclareça todas as dúvidas. Se você usa algum tarja preta há muito tempo, converse com seu médico, é necessário discutir os riscos e benefícios do uso a longo prazo e novas alternativas de tratamento.
*Vanessa Carvalho, médica psiquiatra, CRM-BA 25307 RQE 17495
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