Estudo revela média de 17 confrontos por dia na Grande Rio entre 2017 e 2023

Pesquisa inédita mostra que região metropolitana do Rio de Janeiro teve mais de 38 mil confrontos em sete anos.
Pesquisa inédita mostra que região metropolitana do Rio de Janeiro teve mais de 38 mil confrontos em sete anos.

Um estudo inédito, intitulado “Grande Rio sob Disputa: Mapeamento dos Confrontos por Território”, revelou que a região metropolitana do Rio de Janeiro registrou uma média de 17 confrontos por dia entre os anos de 2017 e 2023, totalizando 38.271 confrontos no período. O levantamento, elaborado pela instituição e pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni-UFF), utilizou dados de tiroteios e operações obtidos pelo Fogo Cruzado, Geni, Disque Denúncia e Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ).

De acordo com o estudo, quase metade dos confrontos mapeados contaram com a presença de policiais. No entanto, mais da metade dos bairros da região não foram afetados por nenhum tipo de ocorrência durante o período analisado. Maria Isabel Couto, diretora de Dados e Transparência do Instituto Fogo Cruzado, enfatizou a importância de políticas públicas baseadas em evidências para abordar a questão da segurança pública, destacando que muitos bairros enfrentam violências episódicas em vez de violências crônicas.

Segundo o estudo, a distribuição dos confrontos não é uniforme pela região metropolitana. Áreas dominadas por grupos armados diferentes apresentaram padrões distintos de confronto. Surpreendentemente, a polícia interveio mais em áreas dominadas pelo tráfico do que em áreas controladas pela milícia. A pesquisa aponta que, proporcionalmente, a polícia intervém mais em áreas dominadas pelo tráfico do que em áreas dominadas pela milícia.

As conclusões do estudo desafiam certos mitos sobre a atuação dos grupos armados na região. Maria Isabel ressaltou que o mito de que a milícia seria um mal menor se mostrou falso, já que também recorre à violência para dominar territórios. O estudo também revela que a expansão dos grupos armados se dá tanto por meio de confrontos quanto por colonização de territórios.

Em resposta ao estudo, a Secretaria de Estado de Polícia Militar afirmou que suas ações são pautadas pelo planejamento prévio e direcionadas pela análise das manchas criminais locais. Já a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro e a Secretaria de Estado de Polícia Civil declararam desconhecer a metodologia da pesquisa e não quiseram comentar os dados apresentados.

*Com informações da Agência Brasil.


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