A Odebrecht Engenharia, braço de construção civil da Novonor (antiga Odebrecht), terá 60 dias para apresentar um plano detalhado de recuperação, incluindo medidas de reestruturação operacional e uma estratégia de renegociação de dívidas com credores. Segundo o juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, a empresa argumentou que a recuperação judicial é “indispensável” para um processo “célere, organizado e controlado” de reestruturação de passivos, reorganização de atividades e readequação das estruturas do grupo.
Com 15 mil profissionais, entre indiretos e diretos, e 31 obras ativas, sendo 21 no Brasil e dez no exterior, a OEC visa, com este processo, equacionar a dívida e incrementar o fluxo de caixa sem afetar a rotina operacional dos contratos em curso ou a execução de novos. Em nota, a empresa afirmou que o foco central é reestruturar US$ 4,6 bilhões em passivos financeiros e operacionais, além de operações antigas dentro do grupo.
Lucas Cive, diretor financeiro da empresa, destacou em nota que a prioridade é a reestruturação dos passivos financeiros e operacionais. Com o processo aceito, a Justiça suspendeu por 180 dias as execuções contra a OEC por parte de credores sujeitos à recuperação.
Executivos da companhia já haviam anunciado anteriormente a intenção de reestruturar cerca de R$ 25 bilhões. Contudo, os advogados da OEC atribuíram no processo um valor total de R$ 90 bilhões à causa, dos quais R$ 65,1 bilhões correspondem à posição de créditos intercompany detida pelas companhias do grupo Odebrecht Engenharia.
A OEC já havia realizado um acordo de recuperação extrajudicial em 2019, no valor de US$ 3 bilhões, após os impactos da Operação Lava Jato. A controladora Novonor também já passou por um processo de recuperação judicial.
*Com informações do Jornal O Globo.
