O resultado das eleições ao Parlamento Europeu desta semana trouxe à tona um panorama multifacetado, influenciado por uma combinação de fatores socioeconômicos e geopolíticos. Especialistas consultados pela Agência Brasil apontam que o avanço da extrema-direita, especialmente na França e Alemanha, reflete um descontentamento significativo dentro da população europeia.
Giorgio Romano Schutte, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC), destacou a dualidade do resultado eleitoral, enfatizando que enquanto países como França e Alemanha viram um crescimento da extrema-direita, nações nórdicas como Dinamarca, Suécia e Noruega registraram avanços de políticos progressistas.
“A extrema-direita não conseguiu reunir apoio suficiente para ameaçar a maioria existente na UE, ficando abaixo dos 20% em muitos casos”, explicou.
Os impactos da pobreza crescente e da escalada dos preços da energia, exacerbados pela guerra na Ucrânia, foram determinantes no eleitorado europeu. Natalia Fingermann, professora de Relações Internacionais do Ibmec São Paulo, ressaltou que a população tem expressado perplexidade diante do suporte econômico à Ucrânia enquanto enfrenta desafios internos.
“O aumento da pobreza na UE, atualmente em torno de 20%, tem alimentado um sentimento de desamparo entre os eleitores”, observou.
A situação econômica na Alemanha, particularmente, foi afetada pela substituição do gás russo pelo mais caro GLP dos Estados Unidos, impactando a popularidade do chanceler Olaf Scholz.
“A crise energética exacerbou as dificuldades enfrentadas pelo governo alemão, que historicamente se beneficiava de energia barata da Rússia”, explicou Giorgio Romano Schutte.
Na França, o partido de extrema-direita Reagrupamento Nacional, liderado por Marine Le Pen, conquistou uma posição de destaque no Parlamento Europeu, resultando na convocação de novas eleições parlamentares pelo presidente Emmanuel Macron.
“Le Pen capitalizou sobre preocupações crescentes com imigração e competição por recursos sociais limitados”, destacou Giorgio Schutte.
A diversidade dentro da extrema-direita europeia também foi destacada pelos especialistas. Gilberto Maringoni, professor de Relações Internacionais da UFABC, observou que há diferenças significativas entre os movimentos nacionalistas de diferentes países.
“Enquanto alguns defendem um estado de bem-estar social interno, outros são mais alinhados com ideologias neoliberais”, explicou Maringoni.
*Com informações da Agência Brasil.
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