EUA: Juíza anula processo de documentos confidenciais contra Donald Trump

Juíza da Flórida arquiva processo contra Trump por posse ilegal de documentos confidenciais, destacando irregularidades na nomeação do promotor especial.
Juíza da Flórida arquiva processo contra Trump por posse ilegal de documentos confidenciais, destacando irregularidades na nomeação do promotor especial.

Nesta segunda-feira (15/07/2024), a juíza distrital da Flórida, Aileen Cannon, determinou o arquivamento do processo criminal contra o ex-presidente Donald Trump, que respondia por posse ilegal de documentos confidenciais após o término de seu mandato na Casa Branca. Cannon, nomeada por Trump em 2020, justificou a decisão afirmando que o promotor especial encarregado da investigação, Jack Smith, não foi legalmente nomeado.

A magistrada argumentou em sua sentença de 93 páginas que a nomeação de conselheiros especiais pelo Executivo tem seguido um padrão de conveniência com pouco escrutínio judicial. A decisão atende a uma moção dos advogados de Trump, que alegaram ser inconstitucional a indicação de Smith, já que seu cargo foi criado pelo Congresso sem confirmação pelo Senado.

Os representantes do promotor contra-argumentaram que a prática de acionar conselheiros especiais é bem estabelecida em processos politicamente sensíveis. Smith ainda poderá recorrer da decisão. Jack Smith, jurista especializado em corrupção pública e crimes de guerra, foi indicado para o caso Trump em 2022 pelo procurador-geral Merrick Garland, visando conferir ao inquérito independência em relação ao Departamento de Justiça, sob a presidência de Joe Biden.

A decisão da juíza Cannon coincide com a abertura da Convenção Nacional Republicana e representa uma conclusão inesperada para um dos principais desafios legais enfrentados por Trump, potencial candidato republicano à presidência dos Estados Unidos. Trump era acusado de levar ilegalmente documentos confidenciais ao deixar a Casa Branca em janeiro de 2021. Grande parte dessa documentação foi confiscada pelo FBI durante buscas em Mar-a-Lago, seu resort na Flórida, em agosto de 2023.

Para diversos juristas, o caso era considerado o mais forte dos quatro processos pendentes contra Trump. Em outro processo criminal, instaurado em Washington, o promotor especial Smith acusa Trump de crimes federais relacionados às tentativas de anular os resultados das eleições de 2020. Trump também enfrenta um processo por subversão eleitoral na Geórgia e foi condenado por crimes estaduais em Nova York no início de 2024, relacionados a fraudes empresariais.

Além disso, Trump foi condenado em maio por omitir a compra do silêncio de uma ex-atriz pornô que alegava ter sido sua amante, visando evitar danos à sua campanha presidencial de 2016. A sentença para este caso está prevista para setembro.

*Com informações da DW.


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