Investidor Ruchir Sharma recomenda investimento em mercados emergentes em meio a incertezas econômicas dos EUA e União Europeia

Ruchir Sharma é diretor de empresa de gestão de fortunas, autor de livros e colunista do jornal Financial Times.
Ruchir Sharma é diretor de empresa de gestão de fortunas, autor de livros e colunista do jornal Financial Times.

Ruchir Sharma, colunista do Financial Times e diretor da Rockefeller International, em entrevista, afirmou que retiraria seu dinheiro dos Estados Unidos e o investiria em mercados emergentes, incluindo o Brasil. A declaração surpreendeu, dado o momento econômico turbulento no Brasil, com a moeda em seu ponto mais fraco dos últimos dois anos, aumento dos prêmios de risco e embates entre o presidente da República e o presidente do Banco Central.

A economia brasileira atravessa uma fase conturbada desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro de 2023. A bolsa de valores brasileira teve o pior desempenho do ano no mês passado. A avaliação de Sharma contrasta com sua postura anterior, quando ele criticava o otimismo com os mercados emergentes e destacava a importância dos Estados Unidos como centro econômico.

Sharma, autor de “Breakout Nations: In Pursuit of the Next Economic Miracle”, destacou que o modelo de crescimento brasileiro não é exemplar entre os emergentes. Ele acredita que o otimismo com a economia dos Estados Unidos é exagerado, enquanto os mercados emergentes estão subvalorizados. Para Sharma, há uma oportunidade de investimento em países do Leste Europeu e da América Latina, incluindo o Brasil, nos próximos cinco a dez anos.

A visão de Sharma é que a intervenção governamental excessiva nos Estados Unidos, especialmente durante a pandemia, prejudica a inovação e a destruição criativa, fundamentos do capitalismo. Ele argumenta que o excesso de estímulos financeiros beneficia as grandes corporações e as elites, aumentando a desigualdade e a insatisfação popular.

No contexto global, Sharma vê a necessidade de um equilíbrio maior entre a intervenção governamental e a liberdade econômica. Ele critica o crescimento contínuo do envolvimento do governo na economia nos últimos cem anos, ressaltando que isso pode estar comprometendo o capitalismo. Para ele, países como Suíça, Taiwan e Vietnã oferecem exemplos de maior liberdade econômica, o que poderia ser um modelo a ser seguido.

Sharma continua cético quanto ao modelo de crescimento do Brasil, apesar de reconhecer avanços pontuais, como o desempenho do setor agrícola. Ele acredita que o Brasil ainda enfrenta desafios significativos, especialmente em relação à interferência governamental na economia e à baixa produtividade.

O novo livro de Sharma, “What Went Wrong With Capitalism”, examina as falhas do capitalismo atual, ressaltando o impacto negativo do excesso de estímulos econômicos. Para ele, a solução envolve governos e bancos centrais mais cautelosos, que concedam maior liberdade aos agentes privados.

Em sua entrevista, Sharma expressou preocupação com a concentração de riqueza nos Estados Unidos e a insatisfação popular com o sistema econômico. Ele destacou que a solução para os problemas do capitalismo não é simples, mas requer um diagnóstico claro e ações equilibradas por parte dos governos.

*Com informações da BBC Brasil.


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