Ministro Fernando Haddad atribui má avaliação da Economia à desinformação nas redes sociais

Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, destaca impacto da desinformação na percepção da economia e discute desafios enfrentados em relação à reforma tributária e equilíbrio fiscal.
Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, destaca impacto da desinformação na percepção da economia e discute desafios enfrentados em relação à reforma tributária e equilíbrio fiscal.

Nesta sexta-feira (12/07/2024), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a má avaliação do desempenho da economia brasileira está relacionada à desinformação nas redes sociais. Durante sua participação no 19º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji, em São Paulo, Haddad destacou que informações incorretas estão afetando a percepção pública sobre a economia.

“O que vejo nas redes sociais é uma desinformação avassaladora, que não parte dos meios de comunicação tradicionais. Há afirmações de que o desemprego está aumentando, quando na realidade ele é o mais baixo da série histórica. Da mesma forma, há alegações de que a renda está caindo, mas tivemos um incremento significativo em 2023, algo que não ocorria há 28 anos”, afirmou o ministro.

Haddad criticou a atuação de grupos de oposição que, segundo ele, trabalham para minar a credibilidade das instituições e dos dados oficiais. “Essa prática é protofascista, atuando diuturnamente nas redes sociais”, declarou. Para ele, a desinformação é um desafio que precisa ser enfrentado, destacando a importância de uma comunicação eficaz para corrigir essas percepções equivocadas.

Reforma Tributária

O ministro também abordou a votação da regulamentação da reforma tributária, expressando preocupação com as exceções incluídas pela Câmara no texto.

“Toda exceção acaba prejudicando a reforma tributária porque eleva a alíquota padrão. Há três formas de diminuir a alíquota: não ter exceções, combater a sonegação e aumentar o imposto sobre a renda”, explicou.

Uma das exceções mencionadas foi a inclusão da carne na cesta básica nacional, que resultará em isenção tributária para esse produto, afetando a alíquota padrão do Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Haddad sugeriu que um aumento no cashback para famílias incluídas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) poderia ser uma solução viável.

“O cashback era uma boa alternativa. Em vez de zerar o imposto da carne para todos, mantinha-se a alíquota baixa e se devolvia o valor para a população de baixa renda”, defendeu. Haddad brincou ao ser questionado se se sentia derrotado pela inclusão da carne na cesta básica: “O ministro da Fazenda ou é derrotado ou é parcialmente derrotado. Ganhar não é uma opção”.

O texto-base do primeiro projeto de lei complementar que regulamenta a reforma tributária foi aprovado pela Câmara e segue para discussão e votação no Senado. O ministro expressou confiança na aprovação do projeto no Senado, apesar das possíveis dificuldades.

Equilíbrio Fiscal

Haddad reiterou seu compromisso com o equilíbrio fiscal, afirmando que a contenção fiscal é essencial para o desenvolvimento sustentável e para a redução das taxas de juros, o que promoverá o aumento do investimento privado.

“O objetivo de equilíbrio das contas é o que vai fazer o juro cair e o Brasil crescer”, afirmou.

Ele também mencionou os desafios herdados do governo anterior, incluindo problemas fiscais decorrentes da pandemia de covid-19 e das eleições de 2022. “O Brasil viveu duas pandemias: a da covid-19 e a da eleição de 2022, que resultou em desordem fiscal. Precisamos de paciência para pôr em ordem essa confusão fiscal”, declarou.

Defesa da Democracia

O ministro ressaltou a importância do debate democrático dentro do partido e a transparência nas discussões políticas.

“Prefiro estar em um partido onde haja debate e defesa da democracia. É melhor um debate aberto do que movimentos de bastidores que minam políticas sorrateiramente”, afirmou.

*Com informações da Agência Brasil.


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