A Bahia tem se destacado na produção de queijos artesanais, como evidenciado pelos resultados do VII Prêmio Queijo Brasil. Em 2024, o estado inscreveu 157 produtos na competição e ganhou 53 medalhas, com 36 delas conquistadas por membros da Associação Queijo Baiano. Com esses resultados, os queijos artesanais baianos foram classificados em primeiro lugar no Nordeste e em sexto lugar no Brasil. Distribuídos em 18 municípios, os produtores baianos destacam a qualidade e inovação como principais diferenciais de seus produtos.
João Campos, presidente da Associação Queijo Baiano, destacou a força dos micros e pequenos produtores artesanais da Bahia, ressaltando a tradição de quase 500 anos na produção de queijos. Ele agradeceu o apoio de parceiros como SEBRAE e SENAR e enfatizou a importância do incentivo do Governo baiano para fortalecer o setor e gerar emprego e renda para os produtores do campo. Campos afirmou que a premiação confere maior visibilidade e validação aos queijos artesanais baianos, funcionando como um selo de qualidade que deixa os consumidores mais confiantes na aquisição dos produtos.
O município de Curaçá se destacou como campeão em medalhas, todas conquistadas pela cooperativa Capribéee, que obteve quatro ouros, três pratas e um bronze. Eugênia Ribeiro, presidenta da cooperativa, destacou também a medalha obtida no Prêmio Mundial de Queijo em São Paulo, ressaltando o impacto positivo na caprinocultura leiteira da região. Segundo Ribeiro, a premiação evidencia a qualidade dos queijos e fortalece a economia local, tornando a atividade sustentável.
A queijaria artesanal Maria Bonita, localizada em São Domingos, no território do Sisal baiano, foi eleita a melhor da Bahia. Oriana Araújo, proprietária da queijaria, explicou que o reconhecimento veio após a inscrição de seus produtos na premiação pela primeira vez. O queijo medalha de ouro foi uma ricota de cabra, resultado de anos de estudo e dedicação ao campo e aos caprinos.
Fernanda Alves, da queijaria artesanal Queijo do Monte, em Itamaraju, também comemorou o sucesso no prêmio, com todos os seus cinco produtos inscritos recebendo medalhas. Alves destacou que a premiação, ocorrendo no mês de aniversário de um ano da queijaria, confirma que estão no caminho certo e que seus produtos estão entre os melhores do Brasil.
Uma novidade interessante foi a premiação de um queijo maturado no azeite de dendê. A criação da categoria do queijo coalho assado também foi destacada por Caio Freitas, da Morrinhos Artesanais, em Tanquinho. Freitas enfatizou a importância de avaliar os queijos considerando a tradição local, celebrando as medalhas de ouro recebidas por seu queijo coalho tradicional e o coalho com carne seca.
A empresa familiar Trevo dos Búfalos, de Arraial D’Ajuda, Sul da Bahia, produz queijos artesanais 100% leite de búfala. Victória Cangussu, que trabalha com seu pai Roberto, destacou a gratificação de ver sua produção ganhando reconhecimento e espaço no mercado. Cangussu reforçou que participar de concursos como o Prêmio Queijo Brasil é uma experiência enriquecedora para a família.
Apesar do reconhecimento nacional e internacional, os produtores de queijo artesanal baianos ainda enfrentam desafios, como a regulamentação do Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar e de Pequeno Porte (SUSAF). Jailton Júnior, produtor associado da Queijo Baiano, destacou a importância da regulamentação para permitir a comercialização dos queijos em todo o estado e ampliar o acesso dos consumidores baianos aos produtos locais.

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