Salvador: SESC Casa do Comércio sedia espetáculo A Última Sessão de Fred

O espetáculo “A Última Sessão de Freud”, considerado um dos maiores sucessos do teatro brasileiro desde 2022, será apresentado no Teatro Sesc Casa do Comércio, em Salvador, nos dias 16, 17, 18, 23, 24 e 25 de agosto de 2024. Dirigida por Elias Andreato, a peça já foi assistida por mais de 100 mil pessoas e é baseada no texto do premiado autor americano Mark St. Germain.

A trama da peça apresenta um encontro fictício entre Sigmund Freud, interpretado por Odilon Wagner, e C.S. Lewis, vivido por Marcello Airoldi. Sigmund Freud é conhecido como o pai da psicanálise, enquanto C.S. Lewis foi um renomado professor de Oxford, crítico literário, ex-ateu e defensor da fé baseada na razão. Durante o diálogo, os personagens discutem de forma intensa e apaixonada o dilema entre o ateísmo e a crença em Deus.

O texto de Mark St. Germain é baseado no livro “Deus em Questão”, escrito pelo Dr. Armand M. Nicholi Jr., professor clínico de psiquiatria da Harvard Medical School. A peça se passa no gabinete de Freud, na Inglaterra, durante o ano de 1939, em meio à Segunda Guerra Mundial. Freud, exilado na Inglaterra após fugir da perseguição nazista na Áustria, busca entender por que C.S. Lewis, um ex-ateu brilhante, tornou-se um cristão convicto.

Durante a conversa, Freud e Lewis discutem não apenas a existência de Deus, mas também temas como o sentido da vida, a natureza humana, o sexo, a morte e as relações humanas. O espetáculo utiliza humor e sagacidade para conectar-se com o público, explorando a escuta como ponto de partida para uma boa conversa. O sarcasmo e a ironia permeiam toda a discussão, com ideias que desafiam as convicções tanto de ateus quanto de crentes.

O cenário, assinado por Fábio Namatame, indicado ao Prêmio Shell de melhor cenário, recria o consultório de Freud, onde ele desenvolvia sua psicanálise e estudos. A ambientação realista, com figurinos de época, contribui para a imersão do público na narrativa.

Em entrevista, o autor Mark St. Germain destacou que a peça representa um embate de ideias, evitando que o espetáculo se transforme em um debate acadêmico. A escolha de situar o encontro entre Freud e Lewis no dia em que a Inglaterra ingressou na Segunda Guerra Mundial adiciona uma tensão dramática à narrativa, com ambos os personagens conscientes da iminente ameaça de bombardeios.

O diretor Elias Andreato enfatizou a importância de valorizar a palavra e as ideias na encenação, colocando o texto como protagonista. Para Andreato, o teatro é uma arte que desperta sentimentos variados na plateia, e a experiência de trabalhar com a obra de St. Germain foi uma realização artística.