Calor extremo causa mais de 175 mil mortes anuais na Europa, afirma OMS

Relatório da Organização Mundial da Saúde revela que a região europeia é a que apresenta o aquecimento mais rápido no mundo.
Relatório da Organização Mundial da Saúde revela que a região europeia é a que apresenta o aquecimento mais rápido no mundo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou sobre o impacto devastador das altas temperaturas na Europa, destacando que mais de 175 mil pessoas morrem anualmente na região devido ao calor extremo. Em um comunicado divulgado nesta quinta-feira, Henri Kluge, diretor regional da OMS para a Europa, afirmou que a região está experimentando o aquecimento mais rápido entre as seis regiões cobertas pela organização, com as temperaturas subindo a um ritmo duas vezes maior que a média global.

Os dados revelam que os três anos mais quentes registrados na Europa ocorreram desde 2020, enquanto a década mais quente foi registrada desde 2007. A crise climática, que tem feito as temperaturas atingirem níveis insuportáveis em algumas partes do mundo, é apontada como a principal responsável pelo aumento na mortalidade relacionada ao calor. Estima-se que, globalmente, ocorram em média 489 mil mortes por ano devido a altas temperaturas, das quais 36% ocorrem na Europa.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, emitiu recentemente um apelo à ação contra o calor extremo, identificando quatro áreas prioritárias: cuidado dos vulneráveis, proteção dos trabalhadores, aumento da resiliência das economias e das sociedades e limitação do aumento da temperatura global a 1,5°C. Essas ações são consideradas essenciais para mitigar os impactos mortais do aquecimento global, especialmente na região europeia.

O stress térmico, principal causa de morte relacionada ao clima na Europa, tem agravado condições crônicas como doenças cardiovasculares, respiratórias e cerebrovasculares, além de afetar a saúde mental e agravar condições relacionadas à diabetes. O impacto é particularmente severo entre os idosos, especialmente aqueles que vivem sozinhos, e entre mulheres grávidas, que enfrentam um risco adicional devido às condições extremas.

Em resposta a esses desafios, a OMS recomenda que os países da região desenvolvam planos de ação específicos para enfrentar os riscos associados ao calor. Atualmente, mais de 20 países europeus já implementaram tais planos, mas a organização adverte que esses esforços ainda são insuficientes para proteger todas as comunidades. A OMS, através do Centro Europeu para o Ambiente e a Saúde, localizado em Bona, na Alemanha, está desenvolvendo uma segunda edição atualizada de suas orientações para esses planos de ação, com o objetivo de fornecer diretrizes baseadas em evidências para governos nacionais e locais.

Entre as medidas recomendadas para evitar fatalidades estão a limitação de atividades extenuantes durante os horários mais quentes do dia, a permanência em locais frescos por duas a três horas diárias e a manutenção de uma hidratação adequada, evitando bebidas açucaradas, alcoólicas ou com cafeína devido ao seu efeito desidratante. Essas orientações visam reduzir o impacto das altas temperaturas na saúde da população e melhorar a gestão dos riscos térmicos.

*Com informações da ONU News.


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