A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) revisou nesta terça-feira (13/08/2024), sua projeção de crescimento econômico para a região. O relatório, intitulado “Armadilha de baixo crescimento, mudança climática e dinâmica do emprego”, reduziu a estimativa de expansão regional de 2,1% para 1,8%, citando um “contexto internacional incerto”. A Cepal destacou que fatores como inflação elevada, taxas de juros altas e tensões geopolíticas contribuem para o cenário desafiador. Apesar disso, a previsão de crescimento para o Brasil em 2024 foi mantida em 2,3%, assim como a da Colômbia, que permanece em 1,3%.
O relatório apontou que a América Latina e o Caribe continuarão em uma trajetória de baixo crescimento neste ano, com variações entre as sub-regiões. A América do Sul deve crescer 1,5%, enquanto a América Central e o México apresentam uma projeção de 2,2%. O Caribe, excluindo a Guiana, deve alcançar um crescimento de 2,6%. A Cepal também identificou uma década de crescimento econômico abaixo do esperado, com uma taxa média de 0,9% entre 2015 e 2024.
O secretário-executivo da Cepal, José Manuel Salazar-Xirinachs, afirmou que “a combinação de fatores econômicos globais e regionais, como a perda de poder aquisitivo das famílias e a política monetária restritiva, tem dificultado a recuperação econômica da região”. Ele enfatizou a necessidade de políticas públicas que fortaleçam o desenvolvimento produtivo e a criação de empregos com maior produtividade. “Superar a armadilha do baixo crescimento requer um esforço coordenado entre políticas macroeconômicas, trabalhistas e de adaptação às mudanças climáticas”, acrescentou Salazar-Xirinachs.
A revisão para baixo das previsões de crescimento afeta países como México e Argentina, que enfrentam desafios econômicos mais severos. O México, que anteriormente tinha uma projeção de crescimento de 2,2%, agora espera uma expansão de apenas 1,9%. A Argentina, por sua vez, viu sua projeção ser reduzida para -3,6%, refletindo as dificuldades econômicas enfrentadas pelo país.
No entanto, a Cepal ajustou positivamente as previsões de crescimento para alguns países, como Venezuela (5%), Chile (2,6%), Peru (2,6%) e República Dominicana (5,2%). Estes países tiveram suas estimativas revisadas para cima em razão de políticas econômicas específicas que impulsionaram a demanda interna e o investimento em setores chave.
O relatório também chamou a atenção para os impactos das mudanças climáticas na economia da região. A Cepal destacou que o agravamento dos efeitos climáticos pode aumentar as tensões econômicas e sociais, exigindo ações coordenadas para adaptação e mitigação.
“A mudança climática é uma realidade que está diretamente ligada à dinâmica do emprego e à capacidade produtiva da região. Precisamos investir em soluções sustentáveis que permitam o crescimento econômico ao mesmo tempo em que enfrentamos esses desafios ambientais”, afirmou Salazar-Xirinachs.
Para o Brasil, a manutenção da projeção de crescimento em 2,3% reflete uma expectativa de estabilidade econômica, apesar do cenário global incerto. O desempenho da economia brasileira tem sido influenciado por fatores internos, como o fortalecimento das políticas sociais e a estabilidade do mercado de trabalho. Contudo, a Cepal alertou que, para sustentar esse crescimento, será necessário um aumento significativo nos investimentos, tanto públicos quanto privados, especialmente em setores estratégicos como infraestrutura e inovação tecnológica.
A Cepal projeta que até 2025 a região como um todo deve crescer 2,3%, uma recuperação que seria explicada principalmente pelo desempenho da América do Sul, que espera alcançar um crescimento de 2,4%. Este cenário, porém, depende de uma série de condições econômicas e políticas que precisam ser atendidas para que o crescimento seja sustentado.
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Cepal mantém previsão de crescimento do Brasil em 2024 apesar de contexto internacional incerto
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