Muhammad Yunus assume governo de Bangladesh e promete restaurar a ordem

Prêmio Nobel da Paz, Muhammad Yunus, assume interinamente o cargo de primeiro-ministro de Bangladesh após semanas de protestos que resultaram na queda do governo de Sheikh Hasina.
Prêmio Nobel da Paz, Muhammad Yunus, assume interinamente o cargo de primeiro-ministro de Bangladesh após semanas de protestos que resultaram na queda do governo de Sheikh Hasina.

Bangladesh amanheceu sob nova liderança nesta sexta-feira (09/08/2024). Muhammad Yunus, economista vencedor do Prêmio Nobel da Paz, assumiu interinamente o cargo de primeiro-ministro do país após a renúncia de Sheikh Hasina, que governava o país há 15 anos. A mudança ocorre em um contexto de agitação política e social, impulsionada por protestos estudantis que, nas últimas semanas, desafiaram a administração de Hasina, resultando em sua queda.

Yunus, que se destacou internacionalmente por seu trabalho com microcrédito para populações pobres, prometeu, em discurso durante a cerimônia de posse em Daca, restaurar a ordem no país e cumprir os princípios constitucionais. Ele afirmou que a primeira prioridade de seu governo será lidar com a questão da segurança, em um momento em que Bangladesh se vê marcado por manifestações violentas e um colapso da lei e da ordem.

“Defenderei, apoiarei e protegerei a Constituição”, declarou Yunus, ressaltando a urgência de restabelecer a estabilidade no país.

Os protestos que culminaram na queda de Hasina começaram em julho, liderados por estudantes que se opunham ao sistema de cotas para admissão no serviço público, o qual, segundo críticos, favorecia aliados da Liga Awami, partido da ex-primeira-ministra. As manifestações, que resultaram na morte de pelo menos 455 pessoas, refletiram um crescente descontentamento popular com o governo de Hasina, acusado de autoritarismo e corrupção.

A nomeação de Yunus para liderar o governo interino foi resultado de uma reunião de crise entre o presidente Mohammed Shahabuddin, comandantes militares e líderes do movimento estudantil. A aliança improvável entre Yunus e as forças de segurança do país simboliza a busca por uma solução rápida para a crise, em meio a um ambiente de incerteza e desconfiança.

Nas ruas de Daca, a população expressa tanto a esperança quanto o temor em relação ao novo governo. Muitos moradores veem a mudança como uma oportunidade para corrigir injustiças passadas e promover reformas necessárias. No entanto, a ausência de forças de segurança nas ruas gerou um vácuo de autoridade, levando civis a se organizarem para manter a ordem em áreas como o trânsito, que se tornou caótico após a destruição de semáforos durante os protestos.

Voluntários, muitos deles estudantes, têm se mobilizado para controlar o fluxo de veículos em cruzamentos movimentados da capital. Fahim, membro de um desses grupos, destacou a importância da conscientização sobre as regras de segurança em um momento em que não há leis sendo aplicadas nas ruas.

“Não existe nenhuma lei neste momento contra carros ou outros veículos se estes não seguirem as regras de segurança”, disse Fahim. “É um problema porque as pessoas não estão conscientes do perigo e não estão vigilantes.”

Lima Akter Mim, uma estudante de 22 anos, também se voluntariou para organizar o trânsito, usando um colete amarelo e um apito.

“Não há mais polícia lidando com o trânsito. É por isso que nós, estudantes, estamos substituindo a sinalização”, explicou.

Ela relatou que a população tem apoiado os voluntários com água, comida e outros suprimentos, reconhecendo o esforço deles para manter a ordem em um momento de transição e incerteza.

*Com informações da RFI.


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