Na sessão da Câmara Municipal de Feira de Santana, realizada na terça-feira (20/08/2024), a vereadora e presidente do Legislativo Eremita Mota (PP) utilizou a tribuna para contestar as acusações feitas pelo vereador José Carneiro (União Brasil), durante coletiva de imprensa realizada no dia anterior, segunda-feira (19/08)
Segundo José Carneiro, as denúncias contra a gestão do legislativo municipal abrangem possíveis irregularidades como a contratação de reforma predial sem dotação orçamentária, criação ilegal do Diário Oficial, suspensão indevida dos trabalhos legislativos, aprovação arbitrária de requerimentos, existência de supersalários, descumprimento de recomendação do Ministério Público sobre cartões de alimentação, e a operação de uma “escola fantasma” com altos salários para servidores.
Em resposta, Eremita Mota refutou as sete acusações feitas por José Carneiro, classificando-as como “factóides” e “calúnias”, afirmou que José Carneiro não deixou legado significativo durante a gestão como presidente da Câmara, cuja trajetória foi marcada por omissões e denúncias abafadas.
Ela mencionou que José Carneiro foi chamado de “chefe de quadrilha” por um ex-presidente da Câmara e lamentou ter encontrado a Câmara em estado sucateado quando assumiu a presidência, citando problemas como a falta de papel higiênico e estruturas sanitárias precárias.
Contestações e Acusações de Factóides
Logo no início do pronunciamento, Eremita Mota questionou a motivação por trás das acusações de Carneiro, afirmando que o vereador estaria se utilizando de “factóides” para tentar desestabilizá-la politicamente.
“Muitos factóides. Fez uma reunião em um hotel da cidade, onde costuma convocar a imprensa para falar, para inventar, para caluniar essa vereadora”, disse Eremita.
Ela sugeriu que o verdadeiro objetivo de Carneiro seria ocupar o seu lugar na Câmara, declarando:
“Eu digo que há uma vontade louca desse vereador de ocupar meu lugar”.
A vereadora também levantou questões sobre a reunião realizada por Carneiro para anunciar as acusações. Segundo Eremita, essa prática de reunir a imprensa em um hotel específico é algo recorrente em estratégias do vereador.
Ela expressou indignação com a tentativa de denegrir sua imagem, indicando que tais ações não abalam sua confiança e convicção em seu trabalho.
Críticas à Gestão de José Carneiro na Câmara
Eremita Mota não poupou críticas à gestão de José Carneiro como presidente da Câmara. Em seu discurso, ela afirmou que Carneiro, durante seu mandato, não conseguiu implementar melhorias significativas na Casa Legislativa.
“Durante dois mandatos à frente da Câmara, o senhor não conseguiu deixar nada de significativo. Pelo contrário, sua gestão foi marcada por denúncias e omissões, algumas ainda abafadas”, acusou Mota.
Ela também fez referência a um episódio em que Carneiro teria sido chamado de “chefe de quadrilha” por outro vereador, destacando que ele nunca respondeu publicamente a essa acusação.
“Ele nunca respondeu, porque é um senhor recalcado. Não tem coragem de responder, de falar a verdade”, afirmou Mota, enfatizando o que considera ser uma falta de transparência e responsabilidade por parte de Carneiro.
Questionamentos sobre a Situação da Cidade e da Câmara
Em outro momento de seu pronunciamento, Eremita Mota aproveitou para levantar uma série de questionamentos sobre a situação da cidade de Feira de Santana e a atuação do governo municipal, associando essas questões à liderança de José Carneiro e ao ex-prefeito José Ronaldo (União Brasil). Ela mencionou problemas como a falta de medicamentos nos postos de saúde, o atraso no pagamento de salários de médicos e as más condições de infraestrutura na cidade, que, segundo ela, estariam sendo ignoradas por Carneiro.
“A cidade está destruída, sucateada. Encontrei a Câmara sucateada, em condições inadequadas, como o fato de que uma mulher não podia sentar no vaso sanitário porque estava solto. As mulheres traziam seu próprio papel higiênico, porque o fornecido na época do senhor era de péssima qualidade”, denunciou Eremita.
A vereadora também criticou a remoção dos feirantes do centro da cidade e a concessão do Shopping Popular a um empresário que, segundo ela, responde a vários processos na justiça.
Defesa de sua Trajetória e Reputação
Eremita Mota utilizou parte de seu discurso para defender sua trajetória política e rebater o que considera ser uma tentativa de desmoralizá-la.
“Eu sou uma mulher blindada. Sou uma mulher que tem um trabalho reconhecido em Feira de Santana”, afirmou, reforçando que sempre agiu com ética e responsabilidade em sua carreira política.
Ela destacou que sua gestão à frente da Câmara foi marcada por esforços para melhorar as condições de trabalho dos vereadores, e que deixará um legado positivo na cidade.
Eremita ainda fez questão de afirmar que, apesar das acusações, sua campanha política está bem-sucedida e que pretende dar uma resposta contundente nas urnas.
“Eu vou dar resposta na urna no dia 6 de outubro, se Deus quiser, e se eu estiver viva”, declarou a vereadora.
Confronto Direto com José Carneiro
A vereadora não hesitou em lançar desafios diretos a José Carneiro, pedindo que ele explicasse publicamente as questões que ela levantou sobre sua gestão e a situação atual da cidade.
“Chame a imprensa, como fez para falar de mim, e explique ao povo de Feira por que falta tudo nos postos de saúde, por que há tantos atrasos de pagamento, e por que a cidade está abandonada”, provocou Mota.
Ela também questionou por que Carneiro não defendeu publicamente o ex-prefeito José Ronaldo em relação às críticas feitas à sua gestão.
“O senhor não tem coragem de defender o desgoverno que José Ronaldo promoveu nesta cidade. Prefere atacar uma mulher do que responder aos verdadeiros problemas de Feira de Santana”, finalizou Mota.
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